Imagem distorcida
Em pleno século XXI, continuamos a ser assolados, convencidos e quase que obrigados a partir do princípio que todos temos que seguir determinados padrões de beleza. Estes estereótipos perseguem-nos para todo o lado, nos meios de comunicação, na rua, nas lojas, nos olhares indiscretos das pessoas, enfim.
Na minha opinião, estes padrões são bons para os 10% da população com aquele maravilhoso metabolismo em que comem o que lhes apetece sem engordar e sem fazerem esforços, para essas pessoas, maravilhoso! Para as restantes há que se convencerem que ou passam o resto da vida a sacrificarem-se para terem o corpo perfeito, e mais tarde ou mais cedo vão abusar em algo e todas aquelas gorduras vão voltar, ou tentam aceitar-se e são felizes. Para este último grupo, têm ainda que levar com a opinião, por vezes, maléfica das pessoas, porque ser gordinho hoje em dia é quase uma doença contagiosa. "Ai agora vamos ser todos gordos felizes com esse discurso", não! A ideia é conseguirmos aceitarmo-nos como somos, sem nos martirizarmos porque hoje não fomos ao ginásio ou não nos sentirmos culpados por comer uma francesinha. É claro que todos nós gostaríamos de ter uma barriga lisa, não ter celulite e não termos medo de ir à balança, mas para isso temos que abdicar de algo que nos faz feliz e não me venham dizer que ficam mais felizes por comer uma salada do que ir ao McDonald’s ou comerem batatas fritas porque eu não acredito.
Outro problema grave que vem com estes estereótipos marcados é que não nos podemos esquecer que estamos a construir e influenciar futuras gerações, que vão crescer com a ideia que as pessoas magrinhas e em forma são superiores e é obrigatório que elas sejam assim, e depois vejo meninas de 10 anos a dizerem que não podem comer mais porque engorda, raparigas de 13 e 14 anos com problemas graves de anorexia e bulimia, jovens que apanham depressões porque sofrem bullying por serem mais gordinhos que os outros. Temos ainda as celebridades ou pseudo-celebridades que são assoladas pelos media e pelas pessoas mal intencionadas porque engordaram 10 gramas, porque estão com uma barrinha, porque têm ingerido demasiados hidratos de carbono, porque foi a uma cadeia de fast food e enfim são julgados pela magreza, pela gordura, pela espinha que têm na cara, pela roupa, criticados por tudo e por nada.
Não acho que devemos esquecer a saúde e um estilo de vida saudável e adaptado a nós e às nossas necessidades, apenas acho que devemos aceitarmo-nos a nós e aos outros como são. Também acho que é errados que as pessoas que participam em espetáculos, em desfiles e nos media sejam, geralmente, magrinhas, porque o Mundo é muito mais do que pessoas magras, existem pessoas de todos os tamanhos e de todas as alturas. O Mundo é muito diversificado, não podemos ser limitados aos 32 e 34, ao ponto de o vermos apenas de uma maneira. Sejam felizes, com ou sem gordurinhas.
Ana Ferreira
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