"Apitadelas", "Buzinadelas" e barulho, as cidades com tudo e um pouco de quase nada
Andamos
numa verdadeira roda viva, sempre com o problema de nunca estarmos bem
onde estamos, citadinos que querem viver em áreas rurais e pessoas das
áreas rurais que tentam com todo o afinco serem citadinos. Num país cada
vez mais litoralizado e num momento em que entidades importantes, como a
CCDRN (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte) nos
chama a atenção para o, cada vez mais elevado, despovoamento do
interior, o que fazer num futuro próximo?
Desde cedo, defendi o meu interesse e afeto pelas áreas rurais, quando era adolescente, esse fato gerava desconfiança, descrédito e uma certa contradição, às pessoas com quem falava, contudo mais de três anos após deixar, parcialmente, de viver em Cinfães, cada vez tenho mais vontade de voltar. Não se enganem, não pensem que sou a única pessoa a preferir a qualidade de vida dos espaços rurais, acreditem ou não, surgiu recentemente, o conceito de "Naturbanização", o que uma autora espanhola (Maria José Prados) caraterizou como movimentos de pessoas originalmente urbanas, para pequenas localidades ou para áreas rurais como pequenas vilas, onde geralmente constroem o seu próprio negócio, e deste modo procuram deter mais qualidade de vida. Bem sei que é na cidade que encontramos mais oportunidades de emprego ou de construir uma carreira sólida, e nem eu sei o meu futuro, contudo, todo este processo depende única e exclusivamente de nós, se aceitarmos estes fatos e nos deslocarmos todos para a cidade, abandonarmos as nossas origens e não nos preocuparmos com os desequilíbrios causados, pela pressão grave advinda das concentrações exageradas de pessoas, nada vai mudar. A todos os outros que detêm aquela opinião de que as cidades são as melhores áreas para viver, lembrem-se que as cidades estão repletas de stress, de barulho, pessoas que correm pelas ruas, pessoas que se atropelam, pessoas que não se conhecem e não se cumprimentam, pessoas alheias e indiferentes aos problemas, devido ao ritmo frenético de vida nas cidades. Com este discurso, não quero dizer que temos que ir todos viver para o interior do país, penso apenas que temos que começar a olhar "com outros olhos" para estas questões. Cidades respesentam, não só serviços e comércio variados, dos mais normais aos mais raros, representam acesso ao mar (já que a maioria se situa no litoral), as grandes cidades representam a diversidade de culturas, de pessoas, de bens e serviços, sem dúvida que em certas situações temos que nos dirigir às grandes cidades, até por questões básicas como a saúde e o ensino, mas lembrem-se que cidades, são concentrações de "apitadelas", "buzinadelas", trânsito, stress, barulho e muitas vezes concentrações de problemas sociais, ambientais e económicos. Logo, à partida para mim, as grandes cidades são concentrações de algumas coisas boas e outras quantas coisas não tão boas, as cidades de grande dimensão com toda a variedade e por vezes com "quase nenhuma" qualidade. À nova geração, da qual um dia o país irá depender, sejam diferentes, sejam atentos, sejam melhores.
Ana Ferreira
(http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/8182)
(http://www.ccdr-n.pt/regiao-norte/conselho-regional/286/conselho-regional-do-norte-defende-combate-assimetrias-regionais)
Desde cedo, defendi o meu interesse e afeto pelas áreas rurais, quando era adolescente, esse fato gerava desconfiança, descrédito e uma certa contradição, às pessoas com quem falava, contudo mais de três anos após deixar, parcialmente, de viver em Cinfães, cada vez tenho mais vontade de voltar. Não se enganem, não pensem que sou a única pessoa a preferir a qualidade de vida dos espaços rurais, acreditem ou não, surgiu recentemente, o conceito de "Naturbanização", o que uma autora espanhola (Maria José Prados) caraterizou como movimentos de pessoas originalmente urbanas, para pequenas localidades ou para áreas rurais como pequenas vilas, onde geralmente constroem o seu próprio negócio, e deste modo procuram deter mais qualidade de vida. Bem sei que é na cidade que encontramos mais oportunidades de emprego ou de construir uma carreira sólida, e nem eu sei o meu futuro, contudo, todo este processo depende única e exclusivamente de nós, se aceitarmos estes fatos e nos deslocarmos todos para a cidade, abandonarmos as nossas origens e não nos preocuparmos com os desequilíbrios causados, pela pressão grave advinda das concentrações exageradas de pessoas, nada vai mudar. A todos os outros que detêm aquela opinião de que as cidades são as melhores áreas para viver, lembrem-se que as cidades estão repletas de stress, de barulho, pessoas que correm pelas ruas, pessoas que se atropelam, pessoas que não se conhecem e não se cumprimentam, pessoas alheias e indiferentes aos problemas, devido ao ritmo frenético de vida nas cidades. Com este discurso, não quero dizer que temos que ir todos viver para o interior do país, penso apenas que temos que começar a olhar "com outros olhos" para estas questões. Cidades respesentam, não só serviços e comércio variados, dos mais normais aos mais raros, representam acesso ao mar (já que a maioria se situa no litoral), as grandes cidades representam a diversidade de culturas, de pessoas, de bens e serviços, sem dúvida que em certas situações temos que nos dirigir às grandes cidades, até por questões básicas como a saúde e o ensino, mas lembrem-se que cidades, são concentrações de "apitadelas", "buzinadelas", trânsito, stress, barulho e muitas vezes concentrações de problemas sociais, ambientais e económicos. Logo, à partida para mim, as grandes cidades são concentrações de algumas coisas boas e outras quantas coisas não tão boas, as cidades de grande dimensão com toda a variedade e por vezes com "quase nenhuma" qualidade. À nova geração, da qual um dia o país irá depender, sejam diferentes, sejam atentos, sejam melhores.
Ana Ferreira
(http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/8182)
(http://www.ccdr-n.pt/regiao-norte/conselho-regional/286/conselho-regional-do-norte-defende-combate-assimetrias-regionais)
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