sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Secret Story - Casa dos Segredos (Novos concorrentes, a mesma vulgaridade)

Chegou a hora de dar a minha mais sincera opinião, sobre o tema que mais peso detém neste momento, quer nas redes sociais, quer nas revistas, a Casa dos Segredos e os seus respectivos Desafios Finais, bem, na minha opinião é mais do mesmo, mas cada vez mais previsível, acho que os Desafios Finais não passam de uma técnica, como tantas outras de encher chouriços, já para não falar que as descidas deste tipo de programas em termos de audiência é cada vez mais considerável.
Bem falando do programa em si, verdade seja dita, TODA A GENTE VÊ, nem que seja um bocadinho, só para perceber aquela discussão violenta ou ver que mais um casal se formou dentro da casa, porquê? Porque todos nós temos um lado incontornável de "coscuvilheiro"e porque todos gostamos de apontar o dedo a determinada pessoa porque ela fez isto ou aquilo, porque se envolveu com muitas pessoas, porque tem uma história de vida complicada... enfim. Depois com as histórias surgem os fanatismos, as obsessões totalmente despropositadas de pessoas que vivem o programa como se estivessem dentro dele e que dão a sua opinião como se conhecessem aquela pessoa à anos. Essas pessoas acabam por investir seriamente em chamadas telefónicas e depois em ofertas e prendas que são entregues a uma pessoa da qual pouco sabem, depois surgem ainda os aviões com mensagens, por vezes boas e cheias de sentimentos positivos e outras com mensagens de ódio severo. Para mim, o fanatismo de algumas pessoas que assistem a este tipo de programa é o maior problema que advém do mesmo, já para não falar que não podemos dar a nossa opinião numa rede social sem sermos logo insultados e muitas vezes ameaçados por um grupo de pessoas fanáticas que não aceitam que existam pessoas que não gostem daquele concorrente por eles idolatrado. Mas é óbvio que nem todas as pessoas que assistem ao programa são assim.
Na casa dos segredos entram pessoas das mais variadas classes sociais, que procuram sucesso, dinheiro ou mesmo uma oportunidade para trabalhar na televisão, mas todos eles procuram uma maneira mais fácil de ganhar a vida (ou ganhar dinheiro), durante algum tempo, sem que seja preciso trabalhar das 9 às 5. Se eu penso que todos eles são pessoas pouco inteligentes? Na larga maioria sim, até porque exporem-se num programa destes é muito mais do que se exporem a eles, é expor a família, os amigos, os companheiros, os problemas e fomentar publicações negativas das revistas, inventando uma notícia explosiva ou fornecendo crédito a fontes menos fidedignas, entrar num programa deste tipo requer uma preparação grande quer do concorrente quer das pessoas com quem este se relaciona, já que toda a gente acha muita piada, mas ninguém gostava de ver lá um familiar seu, ou quase ninguém.
A casa dos Segredos é o exemplo de programa perfeito para criar sub-celebridades, algumas delas depois da "aventura" voltam à sua vida normal e aproveitam o dinheiro de presenças para se estabilizarem e voltam ao "quase" anonimato, outros ex-concorrentes, inventam-se e reinventam-se de modo a aparecer constantemente nas revistas e de chamar a atenção do público, para isso são capazes de se sujeitarem às mais tristes figuras, mas o dinheiro vale tudo. E depois voltam lá para dentro com o discurso deprimido, que é horrível estar lá dentro longe das pessoas que mais amam, mas o que é a distância comparada com uma dúzia de patrocínios e umas prendinhas recheadas? Quase nada... Bem a verdade é que pelo que me apercebo neste Desafio Final 3, quase todos os concorrentes acham que ganharam uma medalha honrosa por terem participado, mas lembrem-se que os critérios de escolha, nem sempre são os mais favoráveis, lembrem-se que isto é uma fase que acaba e que podem ter muitas pessoas que vos adoram, mas existem sempre outras tantas que vos odeiam. E que quanto mais aparecem, mais a vossa imagem fica desgastada e as pessoas conhecem os vossos defeitos mais obscuros. Sejam inteligentes, participem uma vez, saiam bem vistos e não entrem mais. O que vier é lucro!

Ana Ferreira

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Imagem distorcida

 Em pleno século XXI, continuamos a ser assolados, convencidos e quase que obrigados a partir do princípio que todos temos que seguir determinados padrões de beleza. Estes estereótipos perseguem-nos para todo o lado, nos meios de comunicação, na rua, nas lojas, nos olhares indiscretos das pessoas, enfim.
Na minha opinião, estes padrões são bons para os 10% da população com aquele maravilhoso metabolismo em que comem o que lhes apetece sem engordar e sem fazerem esforços, para essas pessoas, maravilhoso! Para as restantes há que se convencerem que ou passam o resto da vida a sacrificarem-se para terem o corpo perfeito, e mais tarde ou mais cedo vão abusar em algo e todas aquelas gorduras vão voltar, ou tentam aceitar-se e são felizes. Para este último grupo, têm ainda que levar com a opinião, por vezes, maléfica das pessoas, porque ser gordinho hoje em dia é quase uma doença contagiosa. "Ai agora vamos ser todos gordos felizes com esse discurso", não! A ideia é conseguirmos aceitarmo-nos como somos, sem nos martirizarmos porque hoje não fomos ao ginásio ou não nos sentirmos culpados por comer uma francesinha. É claro que todos nós gostaríamos de ter uma barriga lisa, não ter celulite e não termos medo de ir à balança, mas para isso temos que abdicar de algo que nos faz feliz e não me venham dizer que ficam mais felizes por comer uma salada do que ir ao McDonald’s ou comerem batatas fritas porque eu não acredito.
Outro problema grave que vem com estes estereótipos marcados é que não nos podemos esquecer que estamos a construir e influenciar futuras gerações, que vão crescer com a ideia que as pessoas magrinhas e em forma são superiores e é obrigatório que elas sejam assim, e depois vejo meninas de 10 anos a dizerem que não podem comer mais porque engorda, raparigas de 13 e 14 anos com problemas graves de anorexia e bulimia, jovens que apanham depressões porque sofrem bullying por serem mais gordinhos que os outros.  Temos ainda as celebridades ou pseudo-celebridades que são assoladas pelos media e pelas pessoas mal intencionadas porque engordaram 10 gramas, porque estão com uma barrinha, porque têm ingerido demasiados hidratos de carbono, porque foi a uma cadeia de fast food e enfim são julgados pela magreza, pela gordura, pela espinha que têm na cara, pela roupa, criticados por tudo e por nada.
Não acho que devemos esquecer a saúde e um estilo de vida saudável e adaptado a nós e às nossas necessidades, apenas acho que devemos aceitarmo-nos a nós e aos outros como são. Também acho que é errados que as pessoas que participam em espetáculos, em desfiles e nos media sejam, geralmente, magrinhas, porque o Mundo é muito mais do que pessoas magras, existem pessoas de todos os tamanhos e de todas as alturas. O Mundo é muito diversificado, não podemos ser limitados aos 32 e 34, ao ponto de o vermos apenas de uma maneira. Sejam felizes, com ou sem gordurinhas.

Ana Ferreira




"Apitadelas", "Buzinadelas" e barulho, as cidades com tudo e um pouco de quase nada

Andamos numa verdadeira roda viva, sempre com o problema de nunca estarmos bem onde estamos, citadinos que querem viver em áreas rurais e pessoas das áreas rurais que tentam com todo o afinco serem citadinos. Num país cada vez mais litoralizado e num momento em que entidades importantes, como a CCDRN (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte) nos chama a atenção para o, cada vez mais elevado, despovoamento do interior, o que fazer num futuro próximo?
Desde cedo, defendi o meu interesse e afeto pelas áreas rurais, quando era adolescente, esse fato gerava desconfiança, descrédito e uma certa contradição, às pessoas com quem falava, contudo mais de três anos após deixar, parcialmente, de viver em Cinfães, cada vez tenho mais vontade de voltar. Não se enganem, não pensem que sou a única pessoa a preferir a qualidade de vida dos espaços rurais, acreditem ou não, surgiu recentemente, o conceito de "Naturbanização", o que uma autora espanhola (Maria José Prados) caraterizou como movimentos de pessoas originalmente urbanas,  para pequenas localidades ou para áreas rurais como pequenas vilas, onde geralmente constroem o seu próprio negócio, e deste modo procuram deter mais qualidade de vida. Bem sei que é na cidade que encontramos mais oportunidades de emprego ou de construir uma carreira sólida, e nem eu sei o meu futuro, contudo, todo este processo depende única e exclusivamente de nós, se aceitarmos estes fatos e nos deslocarmos todos para a cidade, abandonarmos as nossas origens e não nos preocuparmos com os desequilíbrios causados, pela pressão grave advinda das concentrações exageradas de pessoas, nada vai mudar. A todos os outros que detêm aquela opinião de que as cidades são as melhores áreas para viver, lembrem-se que as cidades estão repletas de stress, de barulho, pessoas que correm pelas ruas, pessoas que se atropelam, pessoas que não se conhecem e não se cumprimentam, pessoas alheias e indiferentes aos problemas, devido ao ritmo frenético de vida nas cidades. Com este discurso, não quero dizer que temos que ir todos viver para o interior do país, penso apenas que temos que começar a olhar "com outros olhos" para estas questões. Cidades respesentam, não só serviços e comércio variados, dos mais normais aos mais raros, representam acesso ao mar (já que a maioria se situa no litoral), as grandes cidades representam a diversidade de culturas, de pessoas, de bens e serviços, sem dúvida que em certas situações temos que nos dirigir às grandes cidades, até por questões básicas como a saúde e o ensino, mas lembrem-se que cidades, são concentrações de "apitadelas", "buzinadelas", trânsito, stress, barulho e muitas vezes concentrações de problemas sociais, ambientais e económicos. Logo, à partida para mim, as grandes cidades são concentrações de algumas coisas boas e outras quantas coisas não tão boas, as cidades de grande dimensão com toda a variedade e por vezes com "quase nenhuma" qualidade. À nova geração, da qual um dia o país irá depender, sejam diferentes, sejam atentos, sejam melhores.

Ana Ferreira

(http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/8182)
(http://www.ccdr-n.pt/regiao-norte/conselho-regional/286/conselho-regional-do-norte-defende-combate-assimetrias-regionais)