Uma coisa que
tínhamos a certeza, o dia não iria correr exatamente como planeado e os
“problemas” começaram a surgir no início da semana, quando percebemos que todos
os sites de previsão do estado do
tempo antecipavam precipitação para o dia do nosso casamento.
O dia nasceu cinzento mas não chovia, eram 9.30h quando cheguei ao
cabeleireiro e a paragem por lá foi rápida, 1 hora depois estava pronta. Pelas
11 horas, a maquilhadora estava em minha casa e a equipa de fotógrafos em casa
do Samuel, pouco depois do meio-dia estava pronta. Antes da uma da tarde a
equipa de fotógrafos chegava a minha casa, como combinado estava com o vestido,
mas descalça e sem qualquer tipo de adereços. Senti-me totalmente à vontade com
as fotos e o vídeo, estava confiante a ainda estava calma. Na altura em que o drone começou a sobrevoar a casa,
começou a chover, aí soubemos que não havia nada a fazer, o casamento ao ar
livre como havíamos programado não ocorreria, tínhamos que recorrer ao plano B.
A equipa de fotógrafos saiu de minha casa por volta das 2 da tarde e meia hora
depois estavamos a sair também.
No momento em que entrei dentro do carro comecei a ficar
extremamente nervosa, sabia que faltava menos de meia hora para as 3 da tarde,
meia hora para o nosso casamento. A minha madrinha levou a senhora da
conservatória com alguma antecedência e quase todos os restantes convidados, da
minha parte, seguiram na frente do meu carro. A cada km os meus nervos iam
aumentando, valeram-me as piadas do meu padrinho de casamento até à chegada à
quinta. Assim que o carro parou senti-me invadida por um turbilhão de
sentimentos, era ali e agora, já passavam 15 minutos da hora marcada, assim que
cheguei à quinta o noivo dirigiu-se ao “altar”. Os convidados começaram a vir
ter comigo, a abraçar-me, a felicitar-me e a elogiar-me, foi aí que fiz o
primeiro esforço para não chorar.
Do casal de meninos das alianças que escolhemos para entrar
comigo, apenas o menino quis entrar na minha frente, acompanhado pela mãe,
levou cuidadosamente as alianças até ao noivo e eu e o pai seguíamo-lo, tudo me
passava pela cabeça naquela hora e ao mesmo tempo sentia-me vazia de
pensamentos, por fim alcancei o noivo. Vi as primeiras pessoas a chorar, o meu
pai, o meu noivo, a minha sogra, o meu sogro, mas não tive coragem de olhar
para mais ninguém, era choro de emoção e felicidade, demos as mãos e soube que
começava ali um das mais difíceis e maravilhosas etapas da nossa vida, o nosso
casamento. O contrato foi lido com todo o cuidado para que as palavras tivessem
o significado necessário, foi simples, rápido, mas lindo. Não precisamos sequer
de meia hora para trocarmos as alianças e selarmos a nossa união com o
tradicional beijinho.
Era suposto esperarmos que todos os convidados saíssem da tenda e
posteriormente sairmos os dois pelo tapete vermelho, mas não foi o que
aconteceu e fizemos o que apetecia naquele momentos, abraçamos a nossa família
e os nossos amigos, aí não houve como conter as lágrimas, chorei, porque tinha
acontecido e porque estava feliz. Depois daquele que foi um dos motivos mais
emotivos de todo o casamento, fomos tirar fotos com os convidados, caíam alguns
pingos de chuva, mas queríamos a melhor luz possível e por isso, a chuva não nos
demoveu, tiramos fotos com todos os convidados e algumas sozinhos, estava na
hora de abrir uma das partes mais esperadas, aa comida. Começamos pelas
entradas e tudo correr como planeado, enquanto os convidados começavam a
refeição tiramos mais algumas fotos (nesta altura já tinha trocado os meus
esplêndidos sapatos por umas vans brancas J ).
Entramos na sala de refeição depois de todos, ao som da primeira
música que o Samuel me enviou, “Amar não é pecado” do Luan Santana, um pouco
clichê, talvez, mas fazia sentido para nós naquele momento. A refeição
prolongou-se por algumas horas enquanto disfrutávamos de boa comida e de
excelente música ambiente. Fizemos vários brindes, falamos com todos os
convidados e assim chegou a hora da abertura do baile, iniciamos com a
tradicional valsa, chamamos os pais e os padrinhos e depois todos se juntaram a
nós. Tive sérias dificuldades com o vestido, que não me permitia mover-me como
desejava, tive que fazer uma pequena adaptação.
Era chegada a hora
do corte do bolo e novamente a chuva ameaçava com alguns pingos inoportunas,
mas conseguimos fazer tudo como estava planeado, foi um dos momentos altos da
noite, a música, os cones de fogo-de-artifício, os sparklers que os
convidados seguravam e que nos delimitavam o caminho até ao bolo, foi um
momento realmente romântico. Continuamos a dançar por mais uma 3 horas e pouco,
até nos doerem os pés, até restarmos só nós e uma dúzia de convidados, o nosso
grande dia estava a chegar ao fim, era o fim de uma etapa que demorou meses a
ser preparada, éramos marido e mulher.
Divertimo-nos muito
mais do que achávamos possível, foi um dia de sorrisos rasgados e de lágrimas
de felicidade, gostaria de agradecer mais uma vez a todos os que fizeram o
nosso dia tão feliz, aos nossos pais por nos apoiarem, aconselharem, acalmarem
e por suportarem parte dos custos. Aos nossos padrinhos de casamento, que
estiveram sempre presentes (tirando obviamente o “vandalismo” que ocorreu no
nosso carro e na nossa casa, obrigada madrinha Sara e padrinho João, ou não).
Aos nossos avós, tios e primos por todo o carinho. Obrigada aos nosso amigos
que partilharam a nossa alegria, um obrigada também aos nossos colegas de
trabalho por todo o carinho. Obrigada a todo o staff da quinta da Bouça Velha,
à equipa do Tiago Pinto Photography e ao DJ Gilberto Gil, pelo excelente
serviço prestado. Obrigada à Suzana Cardoso Atelier de Estética, à Teresinha
cabeleireiros, ao cabeleireiro da Paula Mendes e Família, à ourivesaria Tavares,
à Melo´s Noivas, à Noiva, à M. Inês – Loja de noivas, à florista Lídia Ribeiro e
a todos os que tornaram este dia, um dos melhores dias das nossas vidas.
Espero que a minha experiência tenha sido útil. Até breve.
Ana Ferreira
Sem comentários:
Enviar um comentário