O tema
A
escolha do tema foi difícil, sabíamos que tinha de ser algo que gostássemos e que
nos definisse, pensamos em música, mas enquanto ele iria colocar nome de
trompetistas e compositores eu iria colocar nomes de músicas que gostava muito
e enquanto ele queria colocar um trompete gigante no convite eu iria colocar
uma parte da letra de uma música. Depois pensamos em comida, já que é algo que
realmente nos une, pensamos em pratos típicos, mas não nos parecia nada adequado.
Depois de muitas voltas alguém propôs, “se gostas tanto de Cinfães e vocês são
os dois de lá, porque não?”, naquele momento pareceu-nos óbvio, o que poderia
unir-nos mais do que a terra que nos viu nascer e onde se desenrolou quase toda
a nossa história? Naquele mesmo dia ficou decidido.
Os convidados
Para quem está
a organizar ou já organizou um casamento, sabe que esta é sem dúvida, uma das
partes mais difíceis. A primeira lista que fizerem irá ser provavelmente
GIGANTE e nessa fase terão imensa vontade de desistir de todo o processo. No
nosso caso se levássemos todas as pessoas que queríamos seriam mais de 250 convidados,
o que para não fazia sentido para o casamento pequeno que nos propusemos a
organizar. Nunca me imaginei a casar, mas se casasse seria um casamento para
uns 60 convidados, no máximo, o que logicamente não aconteceu, já que no final,
a nossa lista tinha 110 convidados. E juro que convidamos mesmo só as pessoas essenciais.
Os Convites
Depois de tomarmos as decisões sobre o número de convidados e o tema, estava na hora de tratarmos dos convites, até porque já
estávamos no fim do ano e os convites tinham que ser entregues no início de
2018. Depois de consultar várias páginas e de tirar algumas ideias do pinterest arrisquei em ser eu a elaborar
os convites, vi uma ideia que gostei, troquei as iniciais dos noivos por uma
caricatura nossa, que fiz num programa que tinha no telemóvel, coloquei uma das fotos mais belas da nossa amada terra, da autoria do Sr. Lourenço Pereira, em marca de água, e fiz um protótipo do convite. Foi das escolhas mais práticas e bonitas de todo o casamento, os convites foram dobrados como se da abertura de uma
janela se tratasse e com alguns ajustes e opiniões dos meus colegas, estavam prontos. Pedi um orçamento na gráfica Qualquerideia e como a impressão
piloto ficou ótima, mandamos imprimir.
O vestido
No fim de
2017, início de 2018 foi a altura em que começamos a ver a nossa roupa e
acreditem, não foi fácil para nenhum dos dois. No meu caso em particular,
imaginava-me num vestido com corte “sereia”, bem simples e confortável. Depois
de visitar alguns sites, fui convencida
pela minha mãe a ir à primeira loja, estava tão assustada, pelo que tinha visto os vestidos de noiva eram caríssimos e tudo o que não queria era gastar muito dinheiro num vestido que usaria apenas uma vez. Após experimentar vários vestidos no
modelo que gostava e de ter encontrado o que achava ser “o tal”, vesti um
vestido com corte “princesa” que reuniu o consenso da maioria, acabou por ser
esse o vestido com que me casei, apelidei-o carinhosamente de “abajur”. Hoje,
quando reflito percebo que dificilmente terei oportunidade para usar um vestido
tão imponente e assumo que os meus pais me aconselharam bem, até porque para além dos bons conselhos, tiveram a amabilidade de nos oferecerem o vestido e o fato, respetivamente.
Sapatos, lingerie, maquilhagem e
cabelo
Depois do
vestido, a minha saga estava longe de acabar, tinha que escolher uns sapatos,
queria uns sapatos altos, prateados e confortáveis o suficiente para conseguir,
pelo menos, caminhar até ao lado do noivo, encontrei-os na MaryPaz, por um
preço suficientemente apelativo para os comprar. Umas sandálias brilhantes, com um tacão compensado de 15cm e várias fitas até ao tornozelo, o que não suspeitava era que, de facto, quase só conseguiria chegar ao altar sem os meus pés quase explodirem.
Uma questão
que quase me tirou o sono foi a lingerie, não me imaginava nada a pagar uma
lingerie a preço de ouro, por isso fui à intimissimi decidida a trazer só a
liga, até porque não precisava de soutien, o vestido tinha suporte e as
cuequinhas não me pareceram assim tão importantes. Escolhi a liga com um
pequeno laço azul, como manda a tradição, não que seja supersticiosa, mas
também mal não iria fazer, estava decidida a pagar quando a lojista me mostrou
as cuecas a combinar, eram realmente lidíssimas, diferentes de tudo o que
tinha, por isso resolvi levá-las também. Já estava eu em pré depressão a fazer
contas ao que ia pagar quando me mostraram o soutien do conjunto, depois de
alguma insistência da minha mãe e experimentei e adivinhem… trouxe o conjunto.
Aproveitei uma promoção que estava a decorrer e trouxe um perfume da loja,
estava assim mais um problema resolvido, já levava comigo a lingerie e o
perfume. Não me arrependo nada, será certamente um conjunto que guardarei com
ótimas recordações e que posso sempre usar em ocasiões especiais.
A maquilhagem
foi sem dúvida dos assuntos que menos me preocupava estava em excelentes mãos,
a responsável foi a maquilhadora, esteticista e prima, Suzana Cardoso, foi ela
a responsável por toda a parte estética, manicure e pedicure em unha natural, pela limpeza de
pele e pela maquilhagem. Quem me conhece sabe que adoro maquilhagem e que
raramente peço a alguém para me maquilhar, já que mesmo para eventos ou festas
sou eu que me maquilho. Mas no dia do meu casamento não podia ser assim, eu estaria demasiado nervosa. Sabia que a minha prima me iria entender muito
bem, queria uma pele muito bem feita, até porque tenho algumas imperfeições, uns
olhos vistosos com eyeliner e um batom em tons nude. Testámos a maquilhagem um mês
antes do casamento e ficou exatamente como imaginava, vistosa e elegante. Foi
mais de uma hora de trabalho mas valeu muito a pena, a maquilhagem deixou-me
muito mais confiante e muito mais feliz.
No que consta ao cabelo também
não foi nada difícil, assim que soube o dia exato, marquei com a Teresinha
Cabeleireiros e depois de alguns ensaios consegui o penteado que idealizava,
sempre soube que queria casar com o cabelo apanhado, mas com bastante volume e
por isso foi fácil explicar o que queria. O penteado foi um apanhado clássico,
muito volumoso na frente e com uma pena prateada a envolver, mais uma vez o
prateado estava presente, tudo a combinar com tudo. Estive todo o dia confortável
com o penteado que durou toda a festa.
A escolha das alianças
Assim
que definimos a data do nosso casamento começamos a ver o preço das alianças,
sempre quis alianças grossas e arredondadas, o que fez com que, apesar das
várias tentativas de nos serem oferecidas, não permitimos. Sabíamos que era um
tipo de aliança cara e que os preços de cada um variava sempre entre os 250 e
os 450€. Depois de muita pesquisa optamos por viajar até à Póvoa de Varzim, à
Ourivesaria Tavares, onde fomos muitíssimo bem atendidos. Foram-nos
apresentados vários estilos de alianças, com diferentes gramagens de ouro.
Depois de escolhido o modelo, e ajustado o tamanho, experimentamos e deixamos a encomenda que nos foi
entregue antes da data prevista. Fomos surpreendidos por um serviço de
excelência.
Os padrinhos ou testemunhas
A escolha dos
padrinhos foi provavelmente uma das decisões mais simples, sabíamos que queríamos
ter um casal de padrinhos cada um, para mim a escolha era óbvia, os meus dois melhores
amigos, a minha melhor amiga desde a pré adolescência e o meu primo, que é como
se fosse um irmão, enfim um belo “par de jarras”, o Samuel também escolheu dois
primos para serem padrinhos. Foram sem dúvida ótimas escolhas, ajudaram-nos com
opiniões e conselhos e deram-nos sempre suporte para enfrentarmos “o grande dia”.
O meu conselho é que escolham pessoas que sejam realmente importantes para
vocês, são as pessoas que estarão ao vosso lado e ao lado dos vossos pais no
altar, na primeira fila, as primeiras pessoas a quem vão pedir auxílio e a quem vão dar "aquele abraço" quando a cerimónia terminar, por
isso é que é importante que os padrinhos sejam uma escolha do coração.
O ramo da noiva
Se
havia uma coisa que sempre idealizei foi o ramo, como não tínhamos que decorar
a igreja, as únicas flores adquiridas por nós foram o meu ramo, o ramo das
meninas das alianças e o ramo da madrinhas, que foi o que atirei para as meninas
solteiras. Sim tinhamos 2 meninas das alianças e um menino. Uma das meninas entrou com o Samuel e os mais pequeninos iam entrar comigo, mas depois acabou só por entrar o menino. Voltando ao ramo, sempre soube que queria um grande ramo de rosas vermelhas e foi o
que tive, um gigante ramo com mais de 40 rosas, feito pela D. Lídia Ribeiro e
respetiva família. Eram um ramo simples, apenas de rosas, unido por um fita
bege onde coloquei um alfinete de brilhantes prateados emprestado (porque
noiva que é noiva leva sempre alguma coisa emprestada no meu caso, o alfinete
de ramo e o saiote). O ramo completou o meu look, deu-lhe o toque e cor que
faltava.
A banda sonora do nosso casamento
Em
termos de música o nosso casamento estava dividido em 4 partes, a música da
cerimónia, música ambiente para a refeição, música para o baile e finalmente as
músicas para o corte do bolo. Como adoramos música, fizemos uma enorme lista
com inspiração no que gostaríamos que tocasse no nosso casamento. Para a
entrada do noivo escolhemos Perfect, Ed Sheeran e para a entrada da noiva a
tradicional marcha nupcial. Para a refeição optamos por música ambiente, mais
calma e músicas mais românticas. Para o baile, obviamente tocou muita música
pimba e música de baile, música dos anos 80 e alguma música brasileira, para
animar todos os convidados. Por fim, para o corte do bolo a música que estava nos
convites e no vídeo de sameday, que
resume bem a nossa história, Still Falling for you da Ellie Goulding e Minha
Flor do Agir.
As lembranças
À
semelhança do que aconteceu com os convites, pesquisei várias propostas de
lembranças e acabamos por perceber que a fotografia seria sempre a opção mais
prática e com mais significado. Acordamos com a equipa do Tiago Pinto
Photography o número de lembranças e uma capa personalizada para oferecermos as fotos aos nossos convidados da forma mais pessoal possível. Em vez da
típica fotografia com os convidados oferecemos uma foto nossa, só nós os dois,
no jardim da quinta, a sorrir.
A lua-de-mel
A
escolha do destino de lua-de-mel, ao contrário do restante foi bastante
difícil, enquanto o Samuel queria um destino de praia tipo Punta Cana, eu
queria um destino romântico e a minha primeira opção foi sempre Roma, não me
conseguia imaginar a passar 7 dias só na praia, não me cativava. Pensamos em
destinos que agradassem aos dois e uma das cidades que mais queremos visitar é
o Cairo, mas acordamos que não seria o destino mais romântico. Consegui
convencer o Samuel e marcamos viagem para Roma, acho que só o consegui
convencer com recurso a piza e massas, mas pelo menos ganhei 1 semana para
conhecer uma das cidades que mais queria conhecer.
Acreditem, não é fácil organizar um casamento, é sempre tudo mais complexo e mais caro do que estamos à espera. Espero sinceramente que a nossa experiência possa ajudar noivos e futuros noivos a terem um dia mais calmo e mais feliz.
Ana Ferreira
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