segunda-feira, 12 de junho de 2017

Falsa dieta, falsa preocupação falta aceitação e dietas malucas

Hoje venho fazer mais do que escrever, venho confessar o que vejo e o que sinto, venho desabafar sobre tudo o está a acontecer neste momento. Estamos no verão, e as gordurinhas outrora escondidas pelas camadas de roupa ou pelos casacos grossos vão ficando cada vez mais visíveis. O que vai despertar uma ânsia quase depravada para emagrecer, para fazer dieta e para praticar exercício. Vamos descrever os problemas desta situação.
Considero como falsa dieta aqueles seres humanos que passam dias consecutivos a postar fotos de exercício físico (no qual fazem questão de exibir, os km que percorreram, as calorias que gastaram, as fotos no ginásio, as fotos com pesos, as fotos da ida para o ginásio, etc), as fotos das refeições saudáveis, compostas quase sempre por frango/peixe com legumes ou salada, dos batidos verdes ou feitos com um pós estranhos de proteína. São estas pessoas que fazem questão de dizer que estão de dieta, que falam do quanto estão acima do peso para receberem elogios... eu vejo e penso, estas pessoas vão mesmo ter este estilo de vida para o resto da vida? Será mesmo que estas pessoas não cometem o pecado da gula de vez em quando? Por desacreditar em tanta força de vontade, suponho que seja falsa dieta, dieta "para inglês ver"ou para os mais corajosos, uma dieta temporária.
A falsa preocupação é quando alguém finge que está preocupado, porque quem tem peso a mais é doente, tem colesterol, diabetes, a tensão alta ou em outros casos tem uma depressão. Acreditam fielmente que ninguém que vista mais de um 34/36, no caso das mulheres, não tenha alguma destas doenças, porque a pessoa só pode ser doente para não ser magra. Ou então têm aqueles comentários infelizes do tipo "és tão bonita(o), porque não emagreces?", mas há alguma lei que nos obrigue a ser magros? Há alguma evidência que prove que quem tem umas gordurinhas é doente? Se estás magra demais é aceitável para a sociedade, mas se tens flacidez na barriga és doente? Não finjam que se preocupem para tentar vingar os vossos ideais. Ao fazer perguntas/insinuações desse tipo podem  magoar alguém, alguém que não se sente bem com o seu corpo, alguém que está a tentar mudar ou simplesmente alguém que se sentia confiante até ao vosso comentário. Se não vão acrescentar nada de bom à vida de alguém, talvez o melhor seja não falarem.
A falsa aceitação acontece, muitas vezes, após anos de tentativas para emagrecer, que culminam em mais peso e auto-estima mais baixa. É uma situação muita complicada, onde muitas vezes as pessoas preferem parar de tentar com medo de engordar mais, depois de tentativas dos mais variados tipos para emagrecer. Pessoas que são julgadas demasiado pela sociedade e que fingem sentir-se bem, quando deviam sentir-se bem, se a sociedade lhes permitisse tal coisa. O Mundo vive também uma falsa aceitação dos godinhos, cheiinhos, volumosos, gordos ou como são chamados agora os "plus-size", pessoas que vestem acima do 44, mas depois colocam modelos como a Laura Wells ou a Ashley Graham, que parecem tudo menos modelos plus-size, são mulheres comuns, nem gordas nem magras, mas que para a sociedade são consideradas gordas. Contudo pergunto então se acima de 44 é gorda, mas acima de 36 está fora do padrão, o que somos nós mulheres comuns que vestimos um 38? Ou quem veste um 40 ou 42? Qualquer mulher pode ser sensual, desde que sinta bem na sua própria pele, não vamos fingir que de um dia para outro, as modelos plus-size terão lugar no mundo da moda como as que vestem um 32/34. Nem vamos fingir que os 38 ao 42 são mulheres normais, para a sociedade, estamos rotuladas como gordas.
Por fim o mais preocupante, as dietas malucas, neste verão façam diferente, se querem emagrecer, por vocês e para vocês e não para encaixarem no padrão, façam-no com "conta, peso e medida". Não optem por soluções fáceis e duvidosas como os medicamentos ou as dietas extremamente restritivas. Mas acima de tudo respeitem a vossa própria essência, não podemos vestir todas 34, não podemos ser todos magros, e qual é o mal? Porque é que temos que encaixar nos padrões? Porque é que o meu busto pode passar o estabelecido como "normal", mas a minha cintura não? Porque é que o meu rabo pode ser avantajado mas não posso ter a barriga flácida? De onde chegaram estes padrões utópicos? Quem pode definir como vocês se sentem bem? Vivam mais! Preocupem-se com a vossa saúde e com a vossa opinião. Não apelo à gordura, muito menos à obesidade, apelo ao vosso equilíbrio, físico e mental.

Que este texto controverso sirva para se sentirem mais humanos e menos um número padrão 😉


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