sexta-feira, 14 de agosto de 2020

4 cinfanenses a desconfinar na Madeira

 

Éramos tão felizes e nem sabíamos,

Que saudade da liberdade de outrora.

De estarmos onde queríamos.

De escaparmos a esta demora

 

E agora trancados em casa,

A voar na nossa imaginação,

À frente, atrás ou ao lado da asa,

Dentro de um enorme avião

 

2020 abaixo das expectativas,

Mas tudo pode melhorar.

Trancados por jornadas consecutivas,

Para que este pesadelo possa acabar.

 

O Mundo mudou, não podemos negar, depois de meses com tudo parado, regressamos lentamente à nova normalidade. Começamos por desconfinar na Madeira, a viagem estava marcada para Junho, mas acabou por ser adiada para Agosto. Depois da nossa jornada pela ilha de São Miguel, tinha chegado a hora de conhecer outro arquipélago.

 

O que visitar?

 Mercado dos Lavradores – é um mercado típico com dezenas de anos de história. É possível ver, provar e comprar uma enorme variedade de fruta, a que não temos fácil acesso no continente, para além de enorme variedade de peixe fresco. No mercado existem ainda coloridas bancas de flores tipicamente madeirenses. A mistura de cheiros e cores torna o mercado num local de paragem obrigatório, acresce que o mercado se situa no coração da cidade do Funchal.

 

Igreja do Monte (ou de Nossa Senhora do Monte) – a igreja encontra-se envolvida por um enorme jardim, com árvores altas e plantas de vários tipos. O interior é extremamente bonito e o exterior é marcado por uma escadaria que nos leva até à porta principal. A vista é deslumbrante, como pano de fundo a cidade e o mar. No fundo das escadas, encontramos os típicos carreiros do Monte ou carros de cesto, infelizmente durante a nossa estadia não estavam em circulação, uma vez que a estrada estava em processo de melhoramento.

 





Curral das Freiras – típica, pitoresca e quase escondida. A vila localiza-se no centro da ilha, rodeada por Montanhas de enorme dimensão. Antes da descida para a vila é possível encontrarmos vários miradouros e na chegada à vila é possível vermos a imensidão das montanhas que abraçam a vila.

 

Cabo Girão – A vista é panorâmica é deslumbrante, o miradouro todo em vidro dá uma sensação de liberdade e adrenalina. Todo o caminho até ao miradouro é incrível, subir desde a beira-mar até ao cabo Girão dá-nos uma sensação única, desde os extensos campos de bananas à cana-de-açúcar, até às casas que parecem “escorregar” até ao mar.

 


Ribeira Brava – é uma vila à beira mar, onde podemos desfrutar de ruas comerciais, de piscinas e praia. O miradouro de São Sebastião permite-nos uma perspetiva linda da vila. A praia a Ribeira Brava tem uma areia fina e confortável, na água podemos caminhar, porque não é funda de imediato.

 




Porto Moniz – provavelmente a minha parte favorita da ilha, a água tem uma cor tão bonita que nos permite ver a continuação das rochas submersas. É daqueles locais em que temos vontade de mergulhar e desfrutar, sem pensar em mais nada e foi o que fizemos, nas piscinas naturais velhas, junto com os peixes, as algas e algumas crianças. A sensação é de estarmos dentro de uma verdadeira piscina infinita. Também existem piscinas naturais mais recentes, igualmente bonitas.

 







Ponta de São Lourenço – não tivemos muita sorte com o tempo, o nevoeiro não nos deixou tirar partido de todo o esplendor da área, mas conseguimos ter um vislumbre da beleza natural. A natureza governa e quase não existem construções, está incluído no “Geo park” da Madeira pela sua riqueza geológica.

 



Santana – A vila é muito conhecida pelas casas típicas de Santana, um “cartão postal” da ilha. Mas que se desengane quem pensa que é uma povoação inteira de casas, são apenas quatro, e todas elas com serviços e comércio no interior, mas o exterior preservado das casas e a área envolvente, valem totalmente a visita.

 



Pico Ruivo – é o ponto mais alto da ilha e faz parte de um dos percursos mais conhecidos (o que segue até ao Pico do Areeiro), o acesso não é fácil, seja de carro ou a pé. A rocha é o elemento mais marcante do percurso e quando chegamos, sentimo-nos no topo do Mundo, mesmo que o nevoeiro insista em resistir e transformar a paisagem num manto branco, é um dos locais mais bonitos da ilha.

 




 

Onde comer

Joe’s Bar – é um restaurante/bar, localizado na pitoresca vila de Jardins do Mar. O ambiente é ótimo, tanto o interior como na área de esplanada. A comida é muito saborosa, escolhemos o tradicional picadinho de carne e grelhados, a seleção de bebidas é variada e o atendimento simpático.

 

Reguilha Bar – está localizado na cidade do Caniço, mas vale a deslocação até lá. Tem um ambiente muito descontraído, o atendimento é incrível e a comida é excelente, provamos pratos de peixe e carne e todos estavam muito bem confecionados. A seleção de bebidas é ótima e experimentamos vários tipos da típica Poncha e outras bebidas semelhantes.

 

O solar da Santola – foi o restaurante mais formal e dispendioso que visitamos na ilha. Localiza-se mesmo na marina do Funchal e a esplanada é sobre a água ao lado dos barcos. Experimentamos o menu completo e estava tudo muito saboroso, o peixe era fresco e de excelente qualidade, tal como o atendimento.

 




Gruta, café e restaurante – provavelmente o mais belo restaurante onde estive em toda a minha vida, a esplanada está extremamente bem cuidada e o interior é deslumbrante, contudo o ambiente é descontraído. Não provamos a comida, uma vez que fomos depois do jantar para “beber um copo”, mas estavam a ser servidas refeições que tinha um ótimo aspeto.

 



Dicas

  •      É necessário alugar um carro. Apesar de ficar com a perceção que o sistema de transportes públicos fluiu bem, a verdade é que o carro nos traz muita liberdade para explorar a ilha e traçarmos o nosso próprio roteiro, ao nosso ritmo. Mas com cuidado, as estradas na ilha, apesar de terem um bom piso, são complexas, ora sobem de forma acentuada, ora descem descontroladamente até ao mar, tudo isto para além das curvas expressivas.
  •      Desconfinar na Madeira foi uma boa opção, sentimo-nos seguros desde a partida do Aeroporto do Porto até voltarmos. Recordo que, para viajarmos até à Madeira ou Porto Santo é necessário um teste negativo à Covid-19, o teste é gratuito e pode ser feito em Lisboa, Porto e Coimbra.
  •            Passeiem em pé pelas trilhas e pelas áreas marginais.
  •      Provem a gastronomia local, o bolo do caco, o vinho da Madeira e a espetada em pau de loureiro, não se irão arrepender.

 

Espero que vos tenha sido útil


Até breve,
Ana Ferreira

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