Éramos tão
felizes e nem sabíamos,
Que saudade da
liberdade de outrora.
De estarmos
onde queríamos.
De escaparmos
a esta demora
E agora
trancados em casa,
A voar na
nossa imaginação,
À frente,
atrás ou ao lado da asa,
Dentro de um
enorme avião
2020 abaixo
das expectativas,
Mas tudo pode
melhorar.
Trancados por
jornadas consecutivas,
Para que este
pesadelo possa acabar.
O Mundo mudou,
não podemos negar, depois de meses com tudo parado, regressamos lentamente à
nova normalidade. Começamos por desconfinar na Madeira, a viagem estava marcada
para Junho, mas acabou por ser adiada para Agosto. Depois da nossa jornada pela
ilha de São Miguel, tinha chegado a hora de conhecer outro arquipélago.
O que visitar?
Igreja do Monte (ou de Nossa Senhora do
Monte) – a igreja encontra-se envolvida por um enorme jardim, com árvores
altas e plantas de vários tipos. O interior é extremamente bonito e o exterior
é marcado por uma escadaria que nos leva até à porta principal. A vista é
deslumbrante, como pano de fundo a cidade e o mar. No fundo das escadas,
encontramos os típicos carreiros do Monte ou carros de cesto, infelizmente
durante a nossa estadia não estavam em circulação, uma vez que a estrada estava
em processo de melhoramento.
Curral das Freiras – típica, pitoresca e quase escondida. A vila
localiza-se no centro da ilha, rodeada por Montanhas de enorme dimensão. Antes
da descida para a vila é possível encontrarmos vários miradouros e na chegada à
vila é possível vermos a imensidão das montanhas que abraçam a vila.
Cabo Girão – A vista é panorâmica é deslumbrante, o miradouro todo em vidro dá uma sensação de liberdade e
adrenalina. Todo o caminho até ao miradouro é incrível, subir desde a beira-mar até
ao cabo Girão dá-nos uma sensação única, desde os extensos campos de bananas à cana-de-açúcar,
até às casas que parecem “escorregar” até ao mar.
Ribeira Brava – é uma vila à beira mar,
onde podemos desfrutar de ruas comerciais, de piscinas e praia. O miradouro de
São Sebastião permite-nos uma perspetiva linda da vila. A praia a Ribeira Brava
tem uma areia fina e confortável, na água podemos caminhar, porque não é funda
de imediato.
Porto Moniz – provavelmente a minha
parte favorita da ilha, a água tem uma cor tão bonita que nos permite ver a
continuação das rochas submersas. É daqueles locais em que temos vontade de mergulhar e
desfrutar, sem pensar em mais nada e foi o que fizemos, nas piscinas naturais velhas,
junto com os peixes, as algas e algumas crianças. A sensação é de estarmos
dentro de uma verdadeira piscina infinita. Também existem piscinas naturais
mais recentes, igualmente bonitas.
Ponta de São Lourenço – não tivemos
muita sorte com o tempo, o nevoeiro não nos deixou tirar partido de todo o esplendor
da área, mas conseguimos ter um vislumbre da beleza natural. A natureza governa
e quase não existem construções, está incluído no “Geo park” da Madeira pela
sua riqueza geológica.
Santana – A vila é muito conhecida
pelas casas típicas de Santana, um “cartão postal” da ilha. Mas que se
desengane quem pensa que é uma povoação inteira de casas, são apenas quatro, e
todas elas com serviços e comércio no interior, mas o exterior preservado das
casas e a área envolvente, valem totalmente a visita.
Pico Ruivo – é o ponto mais alto da
ilha e faz parte de um dos percursos mais conhecidos (o que segue até ao Pico do Areeiro), o acesso não é fácil,
seja de carro ou a pé. A rocha é o elemento mais marcante do percurso e quando chegamos, sentimo-nos no topo do Mundo, mesmo que o nevoeiro insista em resistir
e transformar a paisagem num manto branco, é um dos locais mais bonitos da
ilha.
Onde comer
Joe’s Bar – é um restaurante/bar,
localizado na pitoresca vila de Jardins do Mar. O ambiente é ótimo, tanto o
interior como na área de esplanada. A comida é muito saborosa, escolhemos o tradicional picadinho de carne e grelhados, a seleção de bebidas é variada e o
atendimento simpático.
Reguilha Bar – está localizado na cidade
do Caniço, mas vale a deslocação até lá. Tem um ambiente muito descontraído, o
atendimento é incrível e a comida é excelente, provamos pratos de peixe e carne
e todos estavam muito bem confecionados. A seleção de bebidas é ótima e
experimentamos vários tipos da típica Poncha e outras bebidas semelhantes.
O solar da Santola – foi o restaurante
mais formal e dispendioso que visitamos na ilha. Localiza-se mesmo na marina do
Funchal e a esplanada é sobre a água ao lado dos barcos. Experimentamos o menu
completo e estava tudo muito saboroso, o peixe era fresco e de excelente
qualidade, tal como o atendimento.
Gruta, café e restaurante – provavelmente
o mais belo restaurante onde estive em toda a minha vida, a esplanada está
extremamente bem cuidada e o interior é deslumbrante, contudo o ambiente é descontraído.
Não provamos a comida, uma vez que fomos depois do jantar para “beber um copo”, mas estavam a ser servidas refeições que tinha um ótimo aspeto.
Dicas
- É necessário alugar um carro. Apesar de ficar com a perceção que o sistema de transportes públicos fluiu bem, a verdade é que o carro nos traz muita liberdade para explorar a ilha e traçarmos o nosso próprio roteiro, ao nosso ritmo. Mas com cuidado, as estradas na ilha, apesar de terem um bom piso, são complexas, ora sobem de forma acentuada, ora descem descontroladamente até ao mar, tudo isto para além das curvas expressivas.
- Desconfinar na Madeira foi uma boa opção, sentimo-nos seguros desde a partida do Aeroporto do Porto até voltarmos. Recordo que, para viajarmos até à Madeira ou Porto Santo é necessário um teste negativo à Covid-19, o teste é gratuito e pode ser feito em Lisboa, Porto e Coimbra.
- Passeiem em pé pelas trilhas e pelas áreas marginais.
- Provem a gastronomia local, o bolo do caco, o vinho da Madeira e a espetada em pau de loureiro, não se irão arrepender.
Espero que vos tenha sido útil
Até breve,
Ana Ferreira
Sem comentários:
Enviar um comentário