quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

2 cinfanenses perdidos em Frankfurt


Não era o nosso plano inicial mas, em Novembro, decidimos iniciar 2020 em viagem. Na pesquisa que fizemos, Frankfurt era dos destinos mais baratos e como nenhum de nós tinha ido à Alemanha, concluímos que uma nova cidade e um novo país seriam o ideal. Foi uma viagem curta, de Domingo (29 de Dezembro) a Quarta (1 de Janeiro), mas foi fantástica.

O que visitar?

Paulsplatz
É uma das praças marcantes da parte antiga da cidade e onde se localiza o edifício da conservatória e do registo civil, um edifício imponente e muito bonito que termina numa ponte de ligação a outro edifício do outro lado da rua. Nesta praça existe ainda outra igreja, que atualmente recebe concertos e outros eventos semelhantes.


Romerberg
Mesmo ao lado da Paulsplatz, localiza-se o mais fascinante que vi em Frankfurt, a praça Romer. De um lado as construções em madeira reconstruídas após a guerra que parecem feitas de doces (como no conto Hansel e Gretel) de tão bonitas e coloridas que são. Em frente, outro edifício incrível, cheio de detalhes e com o telhado "recortado". De um dos lados, fica a St Nicholas Church, esta também é uma construção muito bonita, a praça é ainda rodeada por restaurantes e lojas de lembranças.




Eiserner Steg (Ponte de ferro)
Se descermos a praça Romer em direção ao rio, chegamos à ponte de ferro. Uma ponte pedonal e emblemática, que se distingue por ser o cenário perfeito para assistir ao por do sol ou ao fogo de artificio da passagem de ano.



Catedral de Frankfurt
Muito perto das atrações acima mencionadas, localiza-se a catedral de Frankfurt, o caminho é feito entre casas com arquiteturas deslumbrantes, restaurantes e pubs onde podemos provar a famosa cerveja alemã. A visita à parte da igreja é gratuita e vale a pena pelo interior alto, os vitrais trabalhados e a construção estilo gótico.





Antigo cemitério judeu
É um antigo cemitério judeu que já não se encontra em utilização e que é marcado sobretudo pelos muros que o delimitam, onde podemos encontrar milhares de nomes de judeus que morreram em campos de concentração e os nomes dos respetivos campos. É arrepiante a quantidade de nomes alinhados nos muros e ao mesmo tempo um choque de realidade.


Main Tower
Representa quase a divisão perfeita entre as construções identitárias da parte antiga da cidade e os arranha-céus vanguardistas. Por 7,5€ subimos 61 andares (56 de elevador e 5 de escadas) e vislumbramos a melhor vista sobre a cidade. Frankfurt é extremamente plano, por isso conseguimos uma visão de 360º, sobre os vários arranha-céus espelhados e sobre os monumentos icónicos da cidade, sem dúvida uma visita obrigatória.



Alte Oper Frankfurt
É mais um dos monumentos icónicos da cidade que foram destruídos pela guerra e reconstruídos posteriormente. Seja de noite ou de dia é um edifício muito bonito, não visitamos o interior mas vale a pena a visita já que se localiza no centro da cidade e é rodeado por várias áreas ajardinadas à volta. Nas proximidades existe ainda uma área de bares e a Goethestrabe, que é a rua onde se localizam as lojas mais dispendiosas.


Rua Zeil
A rua começa numa praça onde todos os transportes confluem, numa área conhecida como Haupwache. É uma larga avenida pedonal onde podemos encontrar shoppings e galerias (semelhantes ao El Corte Inglés), várias lojas de vários tipos, restauração e serviços. Foi também aqui que provamos a típica salsicha, num vendedor ambulante que trazia o próprio grelhador à cinta.

Estação de Hauptbanhof
É uma estação enorme no centro de Frankfurt rodeada por várias ruas de comércio e serviços, a própria estação tem vários restaurantes e cafés no interior, mas o que marca realmente , para além da dimensão, é a beleza exterior do edifício.

Onde ficar
Optamos pelo hotel TRYP by Wyndham Frankfurt, um hotel acessível, bem localizado e confortável. Ficamos no último andar (6º) o que nos permitia ter uma vista desafogada sobre parte da cidade. Nas proximidades tínhamos vários restaurantes, supermercados, farmácia e uma espécie de metro ligeiro que nos levava até às principais praças, caso tivéssemos preguiça de ir a pé.

Onde comer
Mercado Kleinmarkthalle – é um mercado típico de frutas, legumes, peixe e carne. Tem um restaurante no interior e umas bancas que servem refeições ligeiras. É muito perto das praças principais e um lugar interessante para percebermos melhor o modo de vida dos residentes.


Five Guys – uma hamburgueria tipicamente americana que (pelo que sei) ainda não chegou a Portugal. Os hambúrgueres são muito saborosos e as quantidades astronómicas, tem também milkshakes e hotdogs. Os preços são mais altos do que estamos habituados, mas valeu pela experiência e pelo interior do restaurante.
Galeria Kaufhof – é uma espécie de Él corte inglés e no piso superior encontramos um restaurante chamado leonhards com vários tipos de comida, desde carne, comida vegetariana ou italiana, várias bebidas e várias sobremesas. Os preços são razoáveis e é ótimo para experimentarmos algo típico ou diferente.
Café Eschenheimer Turm – é um restaurante muito simpático que se localiza numa torre do século XV, tem uma esplanada aconchegamte e um interior muito bonito. Os preços não são elevados e tem várias opções no menu. É um local agradável para comer e relaxar um pouco.





Dicas:
- Podem fazer a cidade toda a pé, é extremamente plana e, embora os serviços de transportes sejam extremamente completos e o trânsito organizado, não custa caminhar pela cidade. Os principais pontos turísticos são próximos, o que torna a tarefa ainda mais simples.
No inverno agasalhem-se, achávamos que estávamos preparados para o frio mas não. Várias camadas de roupa, meias calças debaixo das calças, luvas, gorro e cachecóis são essenciais.
·   - Podem perfeitamente falar inglês, na larga maioria dos serviços, os funcionários não são alemães nativos, o que facilitará as conversas.
·    - A passagem de ano é bem diferente do que estamos habituados, os fogos de artificio, vendidos em todos os supermercados e shoppings, são colocados pela população em lugares estratégicos e lançados em massa, à meia-noite, embora o fogo comece por volta das 19h e se mantenha por toda a noite.
·  - Apesar de termos passado 3 dias completos na cidade, sinto que muito ficou por ver, por isso aconselho pelo menos 4 dias completos.

Um bom ano 2020, 
Ana Ferreira 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Novo ano, menos listas

Todos os finais do ano fazemos uma lista do que queremos para o ano seguinte, criamos metas, traçamos objetivos e definimos caminhos. Contudo, no final do ano percebemos que não cumprimos nem metade dos objetivos definidos no ano anterior e voltamos a executar uma lista para o ano que se aproxima.
No meu caso, não era só a minha lista para o ano, era uma lista para a vida. Sempre preparei demasiado o guião a seguir, eu iria terminar a licenciatura e mestrado e voltar para Cinfães, ia ter um emprego estável, ia casar cedo, ter a minha própria casa o meu própria carro, ser mãe de dois filhos antes dos 30, mas... a verdade é que eu não dependo apenas de mim para traçar um caminho, estou dependente de outros fatores que podem alterar por completo o rumo da minha vida. 
Em 2019, eu aceitei. Aceitei que provavelmente nunca mais voltarei a viver em Cinfães e está tudo bem, eu posso ser feliz noutro lugar e voltar a Cinfães sempre que quiser. Aprendi que não são os bens materiais que me farão feliz, o meu carro tem uns bons anos e a minha casa ainda tem meses de obras pela frente e está tudo bem, pode ficar para mais tarde. Muito provavelmente, aos 30 não irei ter dois filhos, talvez tenha um ou talvez ainda não tenha nenhum e está tudo bem, no tempo certo eles virão. Hoje percebo que na minha lista de coisas a fazer me esqueci do mais importante, viver! Esqueci-me que por vezes serei feliz por fazer uma viagem, por jantar fora, por me premiar com algo que queira e certamente os planos não serão piores por isso.  
Apercebi-me também que não precisamos de ser todos iguais. Porque é que durante tantos anos o nº 38 que marcava a minha roupa me transtornava tanto? Muito provavelmente pela pressão de não podermos vestir mais do que um S, mas e se nunca vestir menos do que um 38? Está tudo bem. Pode acontecer tanta coisa com o meu corpo. Porque é que tenho de me privar de algumas coisas ou obrigar-me a fazer outras, se sou ativa o suficiente para me manter saudável? Porque é que eu tenho que me maquilhar sempre que saio de casa? Não pode haver dias em que simplesmente assuma que tenho acne e marcas? Eu tenho esses dias, eu não necessito de me pressionar ao ponto de me maquilhar para ir comprar pão ou para sair para um jantar, se eu não me quiser, e está tudo bem. 
Mas percebam que o facto de alguém se aceitar, não quer dizer que as pessoas tenham o direito de dizerem tudo o que pensam. Se a vossa opinião não foi pedida e não acrescenta nada à vida da pessoa, guardem para vocês. As pessoas sabem quando engordam, sabem que têm espinhas, sabem que têm o nariz torto ou as sobrancelhas por fazer, mas desde que elas vivam bem com isso e não afetem ninguém, não têm que opinar. 
2019 foi o ano em que aceitei e me aceitei, e hoje vivo melhor comigo mesma. Não existem planos perfeitos, não existem caminhos em linha reta e está tudo bem. Cumpri alguns pontos da minha lista e vivi coisas que nem sequer imaginava porque me permiti a viver. Que em 2020 eu não acrescente pontos à minha lista, que acrescente momentos, que some sorrisos e que conquiste pessoas. E se não for melhor, que 2020 seja tão bom e reconfortante como 2019. 

Bom anos para todos, 
Ana Ferreira