sexta-feira, 26 de outubro de 2018

A difícil tarefa de "habitar" no Porto


Para quem vive no Porto, ou em Lisboa, já deve ter reparado que o preço das casas está absurdo, seja para comprar ou para arrendar. No ano passado, mais ou menos por esta altura, começamos a procurar uma casa para arrendarmos, já que nos tencionávamos mudar-nos no início do ano.Tencionávamos alugar porque nunca tínhamos morado juntos e achamos que primeiro deveríamos alugar uma casa e “amadurecermos” a nossa relação, antes de darmos o grande passo de comprar uma casa. 
Passei 1 mês a ver sites de casas para alugar e dificilmente encontrava um t1 na periferia por menos de 400€ e por isso começamos a colocar a hipótese de comprar casa, vi algumas opções e fui ao meu banco simular um empréstimo. Passou pouco mais de um mês e cerca de 20 visitas a casas até encontrarmos a tal, assinamos o contrato de promessa compra e venda no início de Dezembro de 2017 e no dia 27 de Fevereiro de 2018, assinamos finalmente a escritura da nossa casa. Não nos arrependemos nada, para além da nossa despesa mensal ser muito mais pequena, estamos a pagar algo que futuramente será nosso.

Assim seguem alguns conselhos para quem se aventurar a comprar casa:
1.   Façam uma poupança antes de pensarem em comprar casa, tudo tem um custo associado, desde a entrada do empréstimo, às despesas de avaliação da casa, abertura do processo, escritura, etc.
2.   Definam um valor máximo, para que não procurem, nem visitem casas acima do vosso orçamento, facilitar-vos-á muito a pesquisa.
3.    Delimitem a área geográfica onde pretendem comprar casa, vai facilitar-vos a pesquisa se delimitarem uma área do vosso interesse, por exemplo, no nosso caso em concreto teria que ser perto do centro do Porto e perto de transportes públicos, de preferência com alguns serviços nas proximidades.
4.    Aconselhem-se com o vosso banco, eles irão ajudar-vos a delimitarem um possível teto para o vosso empréstimo e definir os vossos encargos mensais. Também vos aconselharão sobre a necessidade de terem ou não fiadores e explicitarem valores do que terão que pagar com encargos para além do empréstimo propriamente dito.
5.   Comprem uma casa com um tamanho adaptado às vossas necessidades, se pretendem aumentar a “família” comprem uma casa que se adapte às pretensões.
6.     Não esperem encontrar a casa perfeita, dificilmente uma casa conseguirá cumprir todos os requisitos que pensaram ao início. Terão sempre que ceder em algum ponto, no tamanho, nas varandas, na localização, no preço… encontrem simplesmente um casa onde se imaginam viver e onde se sintam bem.
7.     Não esperem comprar/arranjar tudo ao mesmo tempo, depois de comprar casa as vossas economias ficarão com toda a certeza abaladas, por isso, não poderão deixar tudo perfeito nos primeiros tempos, algumas alterações ficarão pendentes e alguns cómodos ficarão vazios durante algumas semanas ou meses.

Espero que as dicas tenham sido úteis. Até breve.
Ana Ferreira J 

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

2 cinfanenses em Londres


Depois de Roma queríamos fazer outra viagem este ano e como não tínhamos muitos dias disponíveis, não poderia ser uma viagem muito longa ou com escalas. Como Londres era uma cidade que pretendíamos visitar, foi o destino que elegemos.
Viajamos bem cedo para aproveitarmos todos os dias, alugamos um apartamento na Zona 2 dos transportes londrinos para perdermos pouco tempo nas viagens e desfrutarmos ao máximo da cidade. As entradas nos monumentos irá significar uma fatia considerável do vosso orçamento, assim, seguem algumas dicas e ideias para quem pretende visitar esta cidade incrível.

O que visitar?
                Tenho que confessar que Londres excedeu as minhas expectativas, talvez porque as cidades que despertavam mais o meu interesse eram Paris e Roma, pensei que dificilmente alguma cidade me deixaria tão apaixonada, mas Londres surpreendeu-me.

Tower Bridge – é um dos monumentos mais emblemáticos de Londres, não atravessamos a ponte, nem estivemos propriamente na ponte, mas as margens que circundam a ponte só por si, valem a pena. A ponte tem imensos pormenores, e seja de dia, ao entardecer ou à noite, o encanto permanece.



Tower of London – Fica mesmo ao lado da Tower Bridge e é um conjunto de edifícios que visivelmente serviam para defesa da cidade. Para além da torre e da muralha, é possível identificar construções que encontramos na envolvente rural da cidade. Contudo, acabamos por não entrar, já que o bilhete custa, aproximadamente 27€. Mesmo só por fora, vale a pena visitarem a envolvente do local.



 Big Ben e parlamento inglês (ou Palácio de Westminster) – é o ex-libris da cidade de Londres e provavelmente um dos edifícios mais bonitos que tive o prazer de contemplar. Apesar de neste momento, a torre estar rodeada de andaimes, não existem obras de recuperação que possam abalar a beleza do edifício. A torre e o relógio são realmente o destaque, mas todo o edifício e extremamente belo e não podem visitar Londres, sem visitar pelo menos a parte exterior do edifício, debruçada sobre o rio Tamisa. É possível visitar o interior da torre, mas se como nós, visitarem apenas o exterior já vale a pena.



Londo eye – O bilhete não é barato, custa aproximadamente 30€, mas é uma experiência inesquecível. A volta completa é lenta, demora cerca de 30 minutos, por vezes mais, pelo que podem disfrutar em pleno da vista panorâmica sobre a cidade de Londres e ainda podem tirar fotografias de vários ângulos para relembrarem a experiência. Ao adquirirem o bilhete podem ainda ter uma experiência 5D pelos principais monumentos de Londres, é uma experiência que aconselho.



Madame Tussauds – É mais uma das atrações que não é barata, as nossas entradas custaram aproximadamente 40€ cada uma, mas valeu a pena. Aconselho a que reservem uma tarde ou uma manhã só para esta atração, em primeiro lugar porque a fila é enorme e em segundo lugar porque existe muita coisa para explorar, desde as figuras em cera, aos espaços e cenários, à última parte da visita… vai ser um verdadeiro teste à vossa atenção, todos os detalhes são incríveis e pensados ao pormenor.






Buckingham Palace – Esqueçam a bela fotografia tipo cartão postal à porta do Palácio, a atração reúne um mar de gente que vai tentar tirar exatamente a mesma fotografia que vocês. Visitamos a atração num sábado de manhã e o edifício por si vale a visita, desde a arquitetura e a dimensão do palácio, aos portões e pormenores, até à área circundante do palácio que congrega outros belos edifícios e parques cheios de árvores e espaços ajardinados. Sei que podem visitar algumas áreas específicas do interior do palácio, de qualquer forma, optamos apenas por visitar a envolvente. Não tivemos a oportunidade de ver a troca de guardas à porta do palácio, mas conseguimos chegar ao tempo de ver a troca de guarda à porta the household cavalry museum, que fica a pouco mais de 1km de distância.



Museu Britânico -  A visita ao museu é gratuita, à semelhança de quase todos os museus em Londres, o que nos permite visitar vários sem acrescentar custos à viagem. O edifício do museu é incrível, com umas imponentes colunas que percorrem toda frente da edificação. Dentro do museu podemos encontrar inúmeros objetos relevantes de várias épocas e de diferentes pontos do Mundo, que vão desde mascaras aztecas, artefactos da cultura egípcia, objetos utilizados pelos vikings até à ourivesaria persa.





Imperial War Museum – Visitamos este museu a pedido do Samuel que é fascinado por esta temática. O museu é de fácil acesso a partir do metro o que facilita a deslocação e a entrada também é gratuita. O edifício é interessante e o jardim reúne elementos interessantes como um fragmento do muro de Berlim e um “lança misseis” enorme. O interior do museu foca-se nas grandes guerras mundiais e no Holocausto e reúne imensos objetos importantes, desde armas, tanques de guerra, aviões, entre outros. Para quem gosta da temática vale a pena, são duas horas bem passadas já que existe também alguns filmes elucidativos.




Piccadilly Circus – é umas das praças mais conhecidas de Londres e vale a pena, é uma mistura entre Londres e Nova York, já que tem vários painéis de publicidade (outdoors) e é uma praça onde estão sempre a acontecer coisas, grupos de dança, acrobatas, cantores, beatbox… À noite a praça ganha ainda mais vida e os painéis ficam mais visíveis. É um área que tem na envolvente vários teatros e bares e fica também perto de Chinatown, que também vale a pena visitar.


Oxford Street – Para quem é do Porto é como a rua de Santa Catarina, mas maior e com transito rodoviário. Nesta rua podemos encontrar as lojas mais populares de Londres, para além de todas as que temos cá em Portugal, existem lojas de roupa específicas, perfumarias e restaurantes, podemos encontrar tudo o que procuramos nesta rua. Também aqui podemos encontrar a selfridges, uma espécie de galerias la fayette de Londres onde estão reunidas as marcas mais dispendiosas.



Vale a pena alugar um apartamento?
No nosso caso valeu, estávamos instalados muito perto de centro, numa zona de fácil acesso. Aproveitamos para tomar o pequeno-almoço e jantar no apartamento, já que tínhamos um supermercado mesmo à porta do condomínio, o que nos permitiu poupar bastante dinheiro. Apesar dos preços das refeições estarem um pouco abaixo do que estávamos à espera, comer em Londres não sai propriamente barato. De bónus, tínhamos ainda um simpático esquilo como vizinho.


Dicas:
  • Visitem, Londres surpreendeu-me totalmente, é uma cidade muito bonita, com imensos pontos de interesse. Quem sabe se não têm a nossa sorte e apanham 4 dias seguidos de sol.
  •  Levem roupa adequada para o frio, saímos do porto antes das 8 da manhã com 20º e nos dias que passamos em Londres apanhamos temperaturas abaixo dos 10º.
  •  Reservem alguns dias para visitar a cidade, uma semana seria o ideal, definitivamente 4 dias não são suficientes para explorar Londres.
  •  Se conseguirem aluguem um apartamento, vão poupar dinheiro para visitar outras atrações, ou quem sabe, para assistir a um musical, infelizmente os preços estavam altíssimos e não assistimos a nenhum, mas adoraríamos ter assistido.
  • Não precisam de alugar nenhum carro se não saírem do centro da cidade, a rede de transportes públicos, especialmente de metro, é extremamente completa e o preço é muito acessível, não irão gastar mais do que 6£ por dia em metro, pelo que vos aconselho a utilizar este meio de transporte. No regresso, podem ainda devolver o cartão para vos ser devolvido o dinheiro deste e o dinheiro carregado que não foi gasto em viagens.
  • Passeiem a pé pelas ruas, há imensos edifícios, praças e feiras que não estão nos roteiros turísticos que valem a pena, por isso desfrutem ao máximo a cidade.
  • Visitem um pub ou um bar, Londres tem espaços noturnos extremamente animados, que se animam logo depois da hora de jantar, por isso reservem um dia, preferencialmente uma sexta ou um sábado para passear pelas ruas mais movimentadas e entrem num pub, são espaços onde se conseguem divertir sem gastar muito dinheiro.

Espero que vos tenha sido útil

Até breve,
Ana Ferreira

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

2 cinfanenses em Roma, por uma semana


10 monumentos a visitar

1. Coliseu - imperdível, monumento de todos os cartões visita da cidade. É ainda mais imponente do que imaginava e apesar de parte estar em ruínas é perceptível a imponência e importância do edifício.


2. Fórum e Palatino – a continuação do ambiente que sentimos no coliseu. Toda a avenida que liga a Piazza Venezia até ao coliseu é uma espécie de “teletransporte” pelo tempo e pela história. Marquem um dia da vossa estadia em Roma para visitar o coliseu, o fórum e o palatino, o bilhete conjunto varia entre os 10 e os 14€ conforme a idade.









3. Panteão – edifício com características de várias épocas diferentes, mas cuja base de construção remonta ao império romano. O edifício é imponente como quase toda a cidade. A frente do Panteão é marcada pelas colunas ligeiramente ornamentadas na extremidade, o interior é marcado pela enorme cúpula que liberta um feixe de luz no centro, através de uma abertura. A entrada é gratuita, mas é necessário que utilizem uma indumentária adequada, no caso das mulheres, à semelhança da larga maioria de igrejas, devem estar tapados os ombros, o peito e grande parte das pernas.


4. Fontana di Trevi – outro cartão visita da cidade de Roma. À semelhança de quase todos os monumentos da cidade é maior do que estávamos à espera e vale totalmente a visita. A típica foto junto da fonte será complexa, já que estão sempre dezenas de pessoas, mas há sempre um espaço para atirar a moeda, como manda a tradição.


5.  Basílica di Santa Maria Maggiore ou de Nossa Senhora das Neves – é uma das maiores basílicas de Roma e é uma igreja lindíssima em todas as perspetivas, é ainda possível descer ao equivalente aos pisos -1 e -2, para ver os alicerces da igreja e vestígios dos séculos I a IV d. C., como alguns restos de habitações e do que se presumem ser lojas, podem ainda visualizar-se alguns frescos alusivos às estações e aos meses do ano.






6. Castel de Sant’Angelo – é um castelo peculiar, começa pela forma do castelo que é redonda com bases de construção com quase 2000 anos. Já deteve vários usos, mas neste momento é um museu, no interior detém várias armas e utensílios de guerra e o bilhete não é barato, custa entre 10 e 14€, contudo o melhor que o castelo oferece é a vista panorâmica sobre a cidade de Roma e sobre o Vaticano.




7. Monumento Nazionale a Vittorio Emanuele II – era o nosso cartão de boas vindas sempre que chegávamos ao centro de Roma, já que o autocarro parava na Piazza Venezia, mesmo ao lado do monumento em questão. Foi um dos monumentos que mais me impressionou em Roma, pelo tamanho, pelo detalhe e pelo impacto. De dia ou de noite era um monumento que era visível de vários pontos da cidade, não é um monumento antigo, mas vale a pena visitar. Existem partes do monumento que são acessíveis gratuitamente e que detêm vista privilegiada para o coliseu. Existe também um elevador panorâmico que sobe ao topo do edifício, mas isso é um luxo que não é acessível todos J.


8. Basílica de São Pedro – apesar de tecnicamente se localizar no vaticano e não em Roma, a verdade é que ao visitar Roma é fácil e aconselhável visitar o vaticano e a Basílica, o exterior da basílica é lindo, mas o interior é simplesmente deslumbrante, ao ponto de me ter emocionado quando entrei, a grandiosidade, os pormenores, é simplesmente maravilhoso, podemos ainda aceder também de forma gratuita ao piso inferior da basílica, onde se localizam os túmulos dos Papas.


9. Bocca della verità – localiza-se no interior da Igreja de Santa Maria in Cosmedin, que também é uma igreja que merece uma visita e onde é possível visitar uma espécie de altar no piso -1. A Bocca della Verità é uma cara esculpida, com a boca semiaberta, onde supostamente quem mente tem a mão apertada. No fundo é um local engraçado, que acaba com umas belas fotos para recordação.


10.  Circo Massimo – embora atualmente não consigamos imaginar em pleno como seria no seu auge. Apesar disso vale a pena visitar, pela sua grandiosidade, pelo fascínio pelas inovações da época romana. O circo localiza-se ainda numa área de elevado interesse, entre a zona do coliseu e a zona da Igreja de Santa Maria in Cosmedin.




As marcantes Piazzas
As piazzas são um marco da cidade de Roma que valem sem dúvida uma visita:

 Piazza Navona – simplesmente monumental, existem três fontes na praça, uma central maior e duas laterais, mais pequenas. A praça é ladeada por imponentes edifícios.



 Piazza Venezia – onde terminam várias linhas de autocarro e umas das portas de entrada no centro histórico de Roma, ponto de partida para diversos monumentos e pontos turísticos.


Piazza di Torre Argentina – uma das primeiras praças que visitamos, fiquei fascinada com a conservação das ruínas existentes nesta praça, não é das mais conhecidas, mas vale a pena.


Piazza de Spagna – uma das mais conhecidas, uma praça lindíssima, cujo ex-libris é uma escadaria que termina numa igreja. Junto desta praça concentra-se um grande número de lojas de alta costura.


Piazza del Popolo – esta praça fica um pouco mais deslocada do que as restantes. É uma praça grande ladeada por majestosos edifícios.


Campo de Fiori – não sei se poderei considerar uma praça, mas pela forma é com o que se assemelha. É uma praça cheia de cor, quase como um mercado a céu aberto de frutas, legumes e sumos naturais.


Onde comer B&B
Existem três sítios que nos marcaram e onde voltaríamos todas as semanas para comer, se pudéssemos e que aconselhamos a quem for visitar Roma:

·     Pizzeria da Baffetto  - foi-nos aconselhado provar estas pizas e não desiludiram, têm tamanhos generosos, ótimo sabor e a relação qualidade/preço é ótima. Localiza-se nas proximidades do Panteão, Campo di Fiori e Piazza Navona.
·  Shamrock irish pub rome – no dia em que visitamos o coliseu procuramos um restaurante nas proximidades e acabaram por nos dar o panfleto deste restaurante. Como os preços nos pareceram apelativos fomos lá, a comida era ótima, tantos as massas como as pizas e o tiramisu, o ambiente era de pub irlandês. Adoramos a comida e repetimos o restaurante numa outra ocasião.
·     La gelateria frigidaium – fica mesmo em frente á pizzeria da baffetto e foram os melhores gelados que provamos em Roma, podemos dizer isto porque provamos bastante, mas nada passou sequer perto do sabor deste. Todos os sabores eram maravilhosos e os preços apelativos.

Dicas para quem visita Roma:
·         Como os transportes são baratos e eficientes não descartem a hipótese de alugar um hotel ou apartamento na periferia da cidade.
·         Aconselhamos a alugar um apartamento, comer em Roma não é extremamente caro, mas as compras de supermercado saem bem mais baratas e os supermercados muito parecidos com os portugueses.
·         Dediquem alguns dias à cidade, estivemos uma semana em Roma e não foi suficiente para visitarmos tudo, por isso se pretendem conhecer Roma, não a visitem apenas por um par de dias.
·         Meninas, atenção à roupa, evitem os calções acima do joelho e os ombros e peito exposto, poderão barrar a vossa entrada em diversas igrejas e catedrais.



Espero que os conselhos tenham sido úteis, até breve,
Ana Ferreira