quarta-feira, 7 de outubro de 2020

2 Cinfanenses perdidos em Malta

Passarmos uma semana em Malta foi o resultado de mudarmos as nossas férias de Verão quatro vezes, o Covid 19 veio alterar os nossos planos, mas a verdade é que nos deu a possibilidade de conhecer um país fantástico que não estava na nossa lista.

O que visitar?

Valeta – a capital de Malta é um cenário de filme, transpira história e animação, todas as ruas têm decorações, a arquitetura de fachadas e marquises é muito própria. Aconselho a que se “percam” a pé pelas ruas de Valeta, contudo há pontos de paragem obrigatórios como Triton Fountain e as Portas da Cidade (Stadttor von Valetta), que se localizam na entrada da muralha. A Royal Opera House, uma arrojada combinação de colunas antigas com uma estrutura moderna onde decorrem vários espetáculos. A Siege Bell War Memorial é uma estrutura que nos relembra os fantásticos cenários de Game of Thrones com vista para as 3 cidades.

Aconselho que visitem a cidade ao anoitecer, já que esta se torna ainda mais charmosa e é uma cidade muito dinâmica, com excelentes restaurantes e cafés com música ao vivo.

Se tiverem a possibilidade, façam um cruzeiro para Harbour e Grand Harbour, Valetta e as 3 cidades vistas do mar são ainda mais bonitas. Fizemos com a Supreme Cruises, partindo  do Porto de Sliema, podem comprar os bilhetes no próprio Porto e tem um custo de 15€ por pessoa.

 






Três cidades – em frente à cidade de Valeta e separadas pela baía, estão as três cidades (Senglea, Vittoriosa e Cospicua), cada uma com os seus próprios pontos de interesse. Destaque para o Forte de São Ângelo e a zona da Universidade de Malta. De autocarro fica a cerca de 30 minutos de Valetta.

 

Popeye Vilage  - foi o set de filmagens do filme Popeye em 1980 e hoje é um parque temático. Tudo o que existe é baseado na história do personagem que ficou famoso através de livros de banda desenhada. Não é um parque grande, mas é bastante dinâmico, para além de visitarmos o interior das casas, com os elementos originais das gravações no interior, existe zona de praia e piscina, espetáculos regulares e um filme que explica a origem do parque, desde a sua construção até à atualidade. Existem ainda jogos antigos (galo, batalha naval, damas), campo de mini golf, entre outros. Existe um restaurante (com um custo médio de 20€ para duas pessoas) e um café no interior do parque que se situa na zona de Melliena.


Mdina – é uma mistura de influência árabe e europeia e à semelhança do resto da ilha, as construções são, na sua maioria, de calcário, fornecendo-lhe um tom amarelado. É conhecida como a cidade silenciosa, já que dentro da imponente muralha se encontram sobretudo turistas. Um dos destaques é o Mdina Gate que é um dos cenários da série Game of Thrones, andar pelas ruas estreitas de Mdina é caminhar no fantástico mundo da série.




Ilha de Comino – é a ilha mais pequena, onde não reside ninguém. O ex-libris é sem dúvida a lagoa azul, com as suas águas calmas e cristalinas e aparência de praia paradisíaca. Partimos num barco de 3 andares do Porto de Sliema (também com a Supreme Cruises), paramos em Gozo e seguimos de imediato em lanchas rápidas para a ilha de Comino, pelo caminho visitamos alguma grutas e ativamos a adrenalina. Sem dúvida que de todas as praias que já visitei é a que detém a água mais semelhante à que experimentei em Punta Cana, contudo existe uma parte muito pequena com areia que se enche rapidamente devido à afluência de turistas. No local existem roulottes de comida, bebidas e souvenirs, contudo, o nosso pacote de viagem incluía comida e bar aberto, pelo preço de 30€ por pessoa.



Ilha de Gozo – a ilha de gozo detém uma beleza própria que combina as imponentes igrejas, a agricultura e o comércio/serviço mais tradicionais. Passamos apenas um dia na ilha, por isso compramos um bilhete para o autocarro Hop On Hop Off e foi uma ótima experiência, visitamos uma loja de produtos locais, conhecemos grande parte da ilha e passeamos por Vitória, a capital de Gozo. Apanhamos o autocarro Hop On Hop Off à saída de ferryboat, para apanharmos o ferry, seguimos de autocarro até ao Porto de Cirkewwa, o custo do ferry é de 4,65€ por pessoa, o autocarro foram 15€ por pessoa.




Malta National Aquarium – ao apanharmos o ferry foi-nos dado um desconto de 3€ na entrada do aquário, o que nos incentivou a visitar, o preço dos bilhetes rondou os 11€ por pessoa, com o desconto. Não é uma estrutura de grandes dimensões e a visita faz-se confortavelmente em duas horas, mas vale a pena, à semelhança do Sea Life do Porto, existe uma espécie de túnel onde podemos ver os peixes nadarem livremente por cima de nós, o que nos fornece uma perspetiva completamente diferente, existem centenas de espécies de peixes e vários pontos de consciencialização para a poluição do mar.



Golden Bay – é o cenário ideal para quem gosta de praia, uma extensa área de areia fina e água extremamente límpida e transparente. O tipo de praia que estamos à espera de encontrar nas Caraíbas, mas aqui tão perto.

Sta Julians Bay – sem dúvida o local onde passamos mais tempo, uma área dinâmica, com vários restaurantes, bares e hotéis. As baías para além de serem incrivelmente bonitas, especialmente ao anoitecer, formam por vezes pequenas praias. Existe ainda extensos paredões à beira mar e fica apenas a 15 minutos de Valetta nos transportes públicos.

 

Onde comer?

The Avenue – o nosso restaurante favorito nesta viagem, a refeição para dois custa aproximadamente 25€, se optarem pelas massas, pizas ou saladas. As massas são extremamente semelhantes às que provei em Roma, ou seja, fantásticas. A comida é servida com doses generosas e é muito saborosa. Localiza-se em Sta Julians Bay.

 



Hermanos Burgers – fica em frente ao The Avenue e é uma hamburgueria excelente. Os hambúrgueres são variados e existem para todos os gostos, as batatas são muito saborosas, mas não bebam coca-cola, já que estas são servidas em garrafas de 0,20l. A refeição para duas pessoas ronda os 20€ e o serviço é bastante rápido.

 

Kantina – localiza-se no centro de Valeta e ao jantar tem música ao vivo, o ambiente do restaurante é excelente. No cardápio por 20€ por pessoa podem experimentar um Menu tipicamente maltês que muda todos os meses. No Menu de Setembro estava incluído um queijo de cabra panado como entrada, um prato de coelho para prato principal e uma sobremesa de massa folhada com recheio de chocolate, o menu inclui ainda uma cerveja, sumo ou um copo de vinho da região, no meu caso, joguei pelo seguro e comi uma massa, que estava deliciosa. A refeição para duas pessoas tem um custo médio de 35€.

 



Dubliner – é o típico Pub, mas também é um excelente local para comer comida de “prato”, localiza-se na Spinola Bay e tem uma vista incrível. A comida é muito bem confecionada e o atendimento é excelente. O custo médio para duas pessoas é de 30€.

 

L'Oasi del Gusto -  não poderia deixar de mencionar este café/gelataria localizada em St Julians Bay. O ambiente é familiar e os gelados são ótimos, um gelado em base crocante de waffle com duas bolas gigantes custa 3,5€, mas equivale quase a uma refeição.

 


Onde ficar?

Ficamos no Alexandra Hotel, na zona de Sta Julians Bay e a verdade é que foi uma excelente surpresa. Depois de reservarmos vimos alguns comentários negativos em relação à limpeza e ao atendimento, mas no nosso caso, nada disso se concretizou. Ficamos num quarto com varanda e vista para o Mar, o quarto e a casa de banho eram limpos diariamente a roupa trocada. O atendimento foi sempre simpático e o pequeno-almoço era variado. Mas sem dúvida que o que faz a diferença é a piscina exterior localizada no 7º andar e a piscina interior (localizada no piso -1), jacuzzi e sauna, existe ainda uma zona de ginásio e restaurante dentro do hotel. É uma área muito bem servida em termos de transportes públicos e nas proximidades existem várias lojas, cafés e restaurantes.

 




Dicas e sugestões:

·       O mais provável é que não sintam necessidade de alugar carro, o sistema de transportes públicos em Malta e extremamente eficiente e regular e por 21€ poderão comprar o passe turístico com viagens ilimitadas durante 7 dias.

·         Passeiem a pé, as cidades são lindas e as áreas de beira-mar são planos e apelativas.

·         Façam pelo menos uma viagem de barco, se não tiverem oportunidade de visitar as ilhas de Gozo e Comino, façam-no em Grand Harbour.

·         Provem a gastronomia e bebidas locais (cerveja Cisk, vinho maltês, licores), não se vão arrepender.

·         Desconfinem com cuidado em Malta, em alguns locais fechados não é controlado o uso de máscara.


Até breve, 

Ana Ferreira

2 Cinfanenses perdidas na Suíça

A viagem estava marcada para Maio, mas foi em Setembro que eu e a minha mãe rumamos até à Suíça para visitar os meus tios e prima. Não havia nenhuma expectativa em relação à viagem, íamos muito mais para conviver do que para visitar pontos turísticos, mas acabamos totalmente rendidas.

Ficamos alojadas na casa dos meus tios, pelo que não tenho nenhum hotel para vos recomendar e também fizemos refeições em casa. Contudo, posso mencionar os lugares que visitei.

Murten – localiza-se no cantão de Friburgo e é uma belíssima vila nas margens do lado Murtensee. As casas dentro da muralha são lindas e encontram-se totalmente preservadas, há um esforço para que tudo se mantenha no sítio certo e pelas janelas e varandas estendem-se vasos de flores vermelhas e cor-de-rosa. É um autêntico cenário de filme, rodeado por uma muralha imponente. O pôr do sol no lago é sem dúvida um momento a não perder.





Chaserral – é um cume no cantão de Berna que nos permite uma visão de 180º sobre os lagos de Neuchatel, Bielersee e Murtensee. Pelo caminho encontram-se ciclistas, carros e muitas vacas, que passeiam livremente junto aos turistas que procuram a foto perfeita. É o lugar ideal para sentar e relaxar, aproveitar cada momento e cada perspetiva. Para os que procuram adrenalina, há a possibilidade de fazer parapente.




Thunersee – situa-se a sul de Berna e percorrer as suas margens é visualizar tudo o que imaginamos sobre a Suiça, os lagos extensos, as casas típicas e os cumes com neve. Junto ao lago existem zonas ajardinadas, o que torna o cenário ainda mais romântico, sem dúvida um caminho deslumbrante.

Lauterbrunnen – foi sem dúvida o local que mais me fascinou, na minha cabeça relembrava o cenário da Heidi e voltei aos meus tempos de criança. Numa palavra, Lauterbrunnen é charme, as casas salpicam a paisagem verde e beijam os pés das montanhas pintadas de branco. Outro elemento incrível é a cascata (Staubbach Falls), que se localiza no centro da vila e podemos inclusive subir um pequeno trilho que nos leva ao interior da cascata, sem dúvida um ponto de visita obrigatório.

 

Por último, resta-me agradecer a hospitalidade, carinho e atenção dos meus tios que nos receberam de braços abertos e à minha mãe pela excelente companhia durante a viagem. Sem dúvida que voltaremos porque como eu disse desde que o avião começou a descer em direção ao aeroporto de Genebra, “é um amor chamado Suíça”.


Até breve, 

Ana Ferreira

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

4 cinfanenses a desconfinar na Madeira

 

Éramos tão felizes e nem sabíamos,

Que saudade da liberdade de outrora.

De estarmos onde queríamos.

De escaparmos a esta demora

 

E agora trancados em casa,

A voar na nossa imaginação,

À frente, atrás ou ao lado da asa,

Dentro de um enorme avião

 

2020 abaixo das expectativas,

Mas tudo pode melhorar.

Trancados por jornadas consecutivas,

Para que este pesadelo possa acabar.

 

O Mundo mudou, não podemos negar, depois de meses com tudo parado, regressamos lentamente à nova normalidade. Começamos por desconfinar na Madeira, a viagem estava marcada para Junho, mas acabou por ser adiada para Agosto. Depois da nossa jornada pela ilha de São Miguel, tinha chegado a hora de conhecer outro arquipélago.

 

O que visitar?

 Mercado dos Lavradores – é um mercado típico com dezenas de anos de história. É possível ver, provar e comprar uma enorme variedade de fruta, a que não temos fácil acesso no continente, para além de enorme variedade de peixe fresco. No mercado existem ainda coloridas bancas de flores tipicamente madeirenses. A mistura de cheiros e cores torna o mercado num local de paragem obrigatório, acresce que o mercado se situa no coração da cidade do Funchal.

 

Igreja do Monte (ou de Nossa Senhora do Monte) – a igreja encontra-se envolvida por um enorme jardim, com árvores altas e plantas de vários tipos. O interior é extremamente bonito e o exterior é marcado por uma escadaria que nos leva até à porta principal. A vista é deslumbrante, como pano de fundo a cidade e o mar. No fundo das escadas, encontramos os típicos carreiros do Monte ou carros de cesto, infelizmente durante a nossa estadia não estavam em circulação, uma vez que a estrada estava em processo de melhoramento.

 





Curral das Freiras – típica, pitoresca e quase escondida. A vila localiza-se no centro da ilha, rodeada por Montanhas de enorme dimensão. Antes da descida para a vila é possível encontrarmos vários miradouros e na chegada à vila é possível vermos a imensidão das montanhas que abraçam a vila.

 

Cabo Girão – A vista é panorâmica é deslumbrante, o miradouro todo em vidro dá uma sensação de liberdade e adrenalina. Todo o caminho até ao miradouro é incrível, subir desde a beira-mar até ao cabo Girão dá-nos uma sensação única, desde os extensos campos de bananas à cana-de-açúcar, até às casas que parecem “escorregar” até ao mar.

 


Ribeira Brava – é uma vila à beira mar, onde podemos desfrutar de ruas comerciais, de piscinas e praia. O miradouro de São Sebastião permite-nos uma perspetiva linda da vila. A praia a Ribeira Brava tem uma areia fina e confortável, na água podemos caminhar, porque não é funda de imediato.

 




Porto Moniz – provavelmente a minha parte favorita da ilha, a água tem uma cor tão bonita que nos permite ver a continuação das rochas submersas. É daqueles locais em que temos vontade de mergulhar e desfrutar, sem pensar em mais nada e foi o que fizemos, nas piscinas naturais velhas, junto com os peixes, as algas e algumas crianças. A sensação é de estarmos dentro de uma verdadeira piscina infinita. Também existem piscinas naturais mais recentes, igualmente bonitas.

 







Ponta de São Lourenço – não tivemos muita sorte com o tempo, o nevoeiro não nos deixou tirar partido de todo o esplendor da área, mas conseguimos ter um vislumbre da beleza natural. A natureza governa e quase não existem construções, está incluído no “Geo park” da Madeira pela sua riqueza geológica.

 



Santana – A vila é muito conhecida pelas casas típicas de Santana, um “cartão postal” da ilha. Mas que se desengane quem pensa que é uma povoação inteira de casas, são apenas quatro, e todas elas com serviços e comércio no interior, mas o exterior preservado das casas e a área envolvente, valem totalmente a visita.

 



Pico Ruivo – é o ponto mais alto da ilha e faz parte de um dos percursos mais conhecidos (o que segue até ao Pico do Areeiro), o acesso não é fácil, seja de carro ou a pé. A rocha é o elemento mais marcante do percurso e quando chegamos, sentimo-nos no topo do Mundo, mesmo que o nevoeiro insista em resistir e transformar a paisagem num manto branco, é um dos locais mais bonitos da ilha.

 




 

Onde comer

Joe’s Bar – é um restaurante/bar, localizado na pitoresca vila de Jardins do Mar. O ambiente é ótimo, tanto o interior como na área de esplanada. A comida é muito saborosa, escolhemos o tradicional picadinho de carne e grelhados, a seleção de bebidas é variada e o atendimento simpático.

 

Reguilha Bar – está localizado na cidade do Caniço, mas vale a deslocação até lá. Tem um ambiente muito descontraído, o atendimento é incrível e a comida é excelente, provamos pratos de peixe e carne e todos estavam muito bem confecionados. A seleção de bebidas é ótima e experimentamos vários tipos da típica Poncha e outras bebidas semelhantes.

 

O solar da Santola – foi o restaurante mais formal e dispendioso que visitamos na ilha. Localiza-se mesmo na marina do Funchal e a esplanada é sobre a água ao lado dos barcos. Experimentamos o menu completo e estava tudo muito saboroso, o peixe era fresco e de excelente qualidade, tal como o atendimento.

 




Gruta, café e restaurante – provavelmente o mais belo restaurante onde estive em toda a minha vida, a esplanada está extremamente bem cuidada e o interior é deslumbrante, contudo o ambiente é descontraído. Não provamos a comida, uma vez que fomos depois do jantar para “beber um copo”, mas estavam a ser servidas refeições que tinha um ótimo aspeto.

 



Dicas

  •      É necessário alugar um carro. Apesar de ficar com a perceção que o sistema de transportes públicos fluiu bem, a verdade é que o carro nos traz muita liberdade para explorar a ilha e traçarmos o nosso próprio roteiro, ao nosso ritmo. Mas com cuidado, as estradas na ilha, apesar de terem um bom piso, são complexas, ora sobem de forma acentuada, ora descem descontroladamente até ao mar, tudo isto para além das curvas expressivas.
  •      Desconfinar na Madeira foi uma boa opção, sentimo-nos seguros desde a partida do Aeroporto do Porto até voltarmos. Recordo que, para viajarmos até à Madeira ou Porto Santo é necessário um teste negativo à Covid-19, o teste é gratuito e pode ser feito em Lisboa, Porto e Coimbra.
  •            Passeiem em pé pelas trilhas e pelas áreas marginais.
  •      Provem a gastronomia local, o bolo do caco, o vinho da Madeira e a espetada em pau de loureiro, não se irão arrepender.

 

Espero que vos tenha sido útil


Até breve,
Ana Ferreira