Esta viagem estava a ser planeada já há
algum tempo, já que foi sempre um desejo da minha mãe. Viajamos numa quinta
depois do almoço e voltamos num domingo à tarde, na véspera do feriado de 10 de
Junho. Definitivamente, não estávamos preparados para as paisagens fantásticas
que vimos, seguem algumas dicas e ideias para quem pretende visitar esta ilha
incrível.
O que visitar?
Portas da cidade – são um cartão de visita da cidade de Ponta Delgada e foram
erguidas há mais de 200 anos. Ficam localizadas em frente ao molhe numa zona privilegiada
da cidade que ganha uma magia especial à noite com um conjunto de restaurantes
e bares que com turistas e música ao vivo.
Forte de São Brás de Ponta Delgada – por vezes referido como castelo de São Brás e cuja construção
remonta ao Sec. XVI, localiza-se junto às Portas da Cidade e é um edifício
imponente circundado por jardins. Não visitamos o interior mas vale a pena
visitar pelo exterior, de noite ou dia.
Lagoa das Sete Cidades – é o ex-libris da ilha e uma das
7 maravilhas naturais de Portugal. Seja de que ângulo a lagoa é simplesmente
indescritível, seja pelo fato de ser metade verde e metade azul, das paisagens
verdejantes e naturais que envolvem a lagoa, as casas que parecem “deslizar”
para a água. É sem dúvida, das paisagens mais indescritíveis que já vi.
Hotel Monte Palace – o hotel que se encontra encerrado há quase
30 anos oferece-nos uma das melhores panorâmicas sobre a lagoa. A entrada no
edifício é interdita já que este se encontra bastante degradado, mas é possível
imaginar o esplendor dos seu (escasso) tempo de glória, é um edifício é gigante
e na sua envolvente podemos encontrar o Miradouro da vista do Rei.
Mosteiros – é uma vila pitoresca abraçada pelo mar. As ruas estreitas e
sinuosas, típicas na ilha, fornecem um toque especial a esta povoação muito marcada
pela pesca e pela agricultura. A praia de Mosteiros é ponto de passagem
obrigatório, salpicada de rochas e com pedras de vulcânicas que substituem a
areia a que estamos habituados é uma paisagem deslumbrante onde a temperatura
da água convida a banhos. As piscinas naturais são outro ponto de paragem
obrigatório, infelizmente o acesso estava interdito e só podemos ver as
piscinas de cima, mas seriam sem dúvida um ponto para “perder” umas horas.
Miradouro da Ponta do Escalvado – fornece-nos uma vista privilegiada sobre
mosteiros e sobre a praia, a relação entre as paisagens verdes, o mar e os
rochedos, são a simbiose perfeita para um cenário digno de um filme.
Plantação de Ananases Augusto Arruda – a entrada é gratuita e a plantação fica nas proximidades da cidade de Ponta Delgada, dentro da plantação podemos encontrar todas as fases diferentes do crescimento do ananás, desde o crescimento da planta até ao crescimento do fruto. É uma espécie de museu vivo à cultura do ananás. Vale definitivamente a visita e podemos ainda provar ananás e outros produtos que derivam deste fruto.
Salto do Cabrito – foi o percurso mais exigente que fizemos a pé, para chegarmos à “cascata” é necessário descermos um caminho ingreme mas não muito longo. Contudo, vale totalmente a pena, é uma área lindíssima e apesar do barulho ensurdecedor da central de aproveitamento hidrelétrico, a paisagem faz-nos esquecer de tudo. É uma fantástica quede água que forma um pequeno lago rodeado de plantas.
Ribeira Grande – é mais uma localidade abraçada pelo mar que nos fornece uma perspetiva lindíssima
dos recortes do mar sobre a ilha. A forma lembra-nos a “concha” de São Martinho
do Porto. Vale a visita não só pelas praias mas pela diversidade de
restaurantes.
Fábrica de Chá da Gorreana – a entrada também é gratuita e vale a pena, não só
por ser a única plantação de chá da Europa e pela beleza das plantações, mas
pelos mais de 100 anos de história, por podermos ver as diversas máquinas
necessárias para a execução do chá e termos a oportunidade provar o chá, que é
simplesmente fantástico.
Lagoa das Furnas – A envolvente da lagoa, à semelhança da
lagoa das 7 cidades, transporta-nos para longe, as águas calmas e extensas rodeadas
por vegetação são cenários presentes no nosso imaginário que nos deslumbram
ainda mais quando presenciadas. Pelo valor de 2€ por pessoa é possível entrar
na zona das furnas onde é confecionado o cozido à portuguesa, nas caldeiras
onde a água ferve de forma vigorosa. É uma experiência única, existem caminhos
trilhados sobre passadiços de madeira de forma a proteger as pessoas que vistam
o local, é ainda possível ver os vário “buracos” onde são colocadas as panelas
dos diversos restaurantes que servem esta iguaria. Aconselho a desceram até à
localidade das furnas e provarem o cozido, apesar de ser diferente do
confecionado no continente é uma experiência quase obrigatória para quem visita
a ilha.
Poça D. Beija – a entrada custa 6€ por pessoa, mas é possível passar
várias horas, para além de ser um sítio lindo a água convida um relaxamento
prolongado. Existem 5 piscinas, 4 delas estão com uma temperatura aproximada de
39º e uma com uma temperatura que ronda os 28º. Acreditem ou não, 39º é a temperatura
perfeita para relaxar, mais ainda quando pontos de água com uma pressão
moderada caem sobre as nossas costas. É o plano perfeito para fugir da rotina.
Ermida de Vila Franca do Campo – a escadaria dividida faz-nos lembrar o
Bom Jesus de Braga ou o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, mas a paisagem
sobre o mar distancia-nos de tudo o que conseguimos recordar. À semelhança de
tudo o que vistamos, tudo está limpo e organizado, é sem dúvida um pedaço do
paraíso.
Onde ficar?
No nosso caso, optamos por ficar num apartamento na zona central da cidade. Uma zona que se localiza próximo à parte mais antiga da cidade, com muito
estacionamento e perto de um shopping e de um hipermercado, a vista do
apartamento é sobre a cidade e sobre o mar e era simplesmente deslumbrante. O
apartamento Atlântico tem 2 quartos e tinha tudo o que precisávamos, os proprietários forma simpáticos e extremamente prestativos.
Onde comer?
Em São Miguel vão poder comer um pouco de tudo, encontram com relativa
facilidade restaurantes de grelhados, para além dos restaurantes típicos.
Quando nos deslocamos para a zona este da ilha comemos num restaurante
chamado “Brisa do Mar” e recomendamos pela localização junto à praia e pela
relação qualidade/preço. Em relação ao cozido, comemos no restaurante Banhos Férreos
que tinha várias opções para além do cozido das furnas, que não é uma prato
barato mas vale pela experiência.
Dicas:
· Aluguem um carro, é pouco provável
conseguirem tirar todo o partido da ilha sem alugarem carro, é uma opção não
tão barata mas com inúmeros benefícios.
· Procurem restaurantes fora da cidade,
são mais baratos e servem melhor;
· Provem o ananás do Açores, é muito doce
e saboroso;
· Reservem para comerem nos restaurantes
mais prestigiados da ilha, ou não conseguiram comer, isto inclui os
restaurantes que têm cozido das furnas;
· Passeiem a pé pelas ruas e aproveitem os
bares à noite, há um bar junto ao molhe chamado “Baía dos anjos” que serve
bebidas maravilhosas e tem música ao vivo ao fim de semana;
Espero que vos tenha sido útil
Até breve,
Ana Ferreira
Até breve,
Ana Ferreira