segunda-feira, 11 de março de 2019

2 cinfanenses em Marrakech


Não tencionávamos fazer esta viagem este ano, mas depois de descobrirmos que os voos diretos entre o Porto e Marrakech, pela Ryannair, eram tão baratos para aquelas datas decidimos marcar a viagem.
Viajamos numa quinta-feira ao final de tarde e chegamos a Marrakech pela hora do jantar, gostaríamos de ter viajado mais cedo, mas era o único voo disponível para aquele dia. Definitivamente, não estávamos psicologicamente preparados para as diferenças culturais, mas no final da viagem despedimo-nos de Marrakech com vontade de voltar, seguem algumas dicas e ideias para quem pretende visitar esta cidade incrível.

O que visitar?
                
Jardins de Majorelle – é um dos lugares mais icónicos da cidade, presente em todos os guias turísticos. Na entrada podemos escolher se queremos visitar o museu e o jardim, só o jardim ou só o museu. No nosso caso, optamos por visitar apenas o jardim, o custo da entrada são 70 Dirham (7€). Os jardins foram criados por um artista francês que viveu na cidade e são incríveis, numa cidade em quase todas as casas detêm um tom salmão, os jardins marcados por azul vibrante e pelo verde das plantas é incrível. Entre os inúmeros lagos e plantas de várias espécies, as construções no interior do jardim são distintas e inacreditavelmente atraentes.









Ensemble Artisanal Marrakech – Localiza-se numa das principais avenidas de ligação ao centro histórico da cidade e é uma verdadeira amostra de produtos locais, o interior do edifício é belíssimo, com muitos azulejos típicos e apesar de não se poder tirar muitas fotografias é possível ver os majestosos candeeiros e peças de decoração tipicamente marroquinos.






 Mesquita de Koutubia e envolvente  – é um dos ex-libris da cidade e provavelmente um dos edifícios mais bonitos. A mesquita é rodeada de jardins e à sua frente desenvolve-se uma praça de grandes dimensões. Apesar de não podermos entrar no interior da mesquita, o exterior do edifício vale a visita. Numa das laterais existe uma zona vedada que contém alguns vestígios arqueológicos, provavelmente anteriores à construção da mesquita. Existem sempre imensos turistas e os típicos “vendedores de água” para quem quiser tirar fotografias.





Praça Jamma  El Fna – Sem dúvida uma das paragens obrigatórias para quem visita Marrakech, localizada a escassos metros da Mesquita de Koutobia, a praça respira cultura marroquina, desde os encantadores de serpentes, às tatuagens de Henna, aos vendedores e tudo e qualquer coisa. A praça é enorme e podemos encontrar de tudo, desde lembranças, a restaurantes, cafés, sumos de fruto, vale a pena visitar a praça em dias e horários diferentes, tem uma dinâmica muito especial, especialmente ao entardecer.





Palácio El Badi – Provavelmente o edifício que mais gostei em Marrakech, não só pelos vestígios arqueológicos, mas também pela vista privilegiada sobre a cidade. A entrada é paga e tem um custo de 70 Dirham (7€), mas vale cada cêntimo. À semelhança de vários outros pontos da cidade, água é uma das palavras-chave, fontes, piscinas, espelhos de água, podemos encontrar todos neste edifício, para além disso as laranjeiras encontram-se de igual modo presentes em toda a cidade. É possível conhecermos um pouco mais sobre a história do edifício numa das apresentações a que podemos assistir no interior do Palácio.













Palácio Bahia – É o local ideal para visitar se tem curiosidade sobre o interior dos palácio típicos de Marrakech, com um espaço exterior alargado e bem ornamentado, o interior é rico em azulejos, candeeiros típicos e portas grandes e vistosas. A entrada no palácio, á semelhança de grande parte das atrações da cidade, tem o custo de 70 Dirham (7€).






  
Rue Riad Zitoun el Jdid e Rue Kebbaria -  Encontramos estas ruas por acaso, já que ligavam dois pontos que queríamos visitar, mas ficamos absolutamente maravilhados, é tudo o que nos vem à cabeça quando pensamos em Marrakech, ruas estreitas e muito típicas onde se cruzam pessoas a pé, motas, cavalos e burros com cargas, para além de que as ruas são extensos mercados onde podemos encontrar lojas de todo o tipo. Existem diversos restaurantes na rua que na hora do almoço são “invadidos” por músicos que cantam e tocam os sons típicos de Marrakech, poderíamos facilmente ter passado um dia interior a percorrer estas ruas e outras semelhantes.





Museu de Marrakech – Foi provavelmente o sítio que mais nos desapontou, achávamos que íamos conhecer um pouco mais sobre a história do país, ver vestígios arqueológicos e conhecer mais sobre a cultura local, mas não aconteceu. O museu é bastante pequeno e conseguimos percorre-lo duas vezes em menos de 20 minutos, apesar da entrada ser acessível 50 Dirham
(5€), o museu tinha apenas alguns objetos de interesse e uma exposição de pintura, de qualquer modo, para os aficionados de arte a visita poderá deter mais interesse.









Ben Youssef  A zona de Ben Youssef é uma zona com imensos souks (mercados típicos) que valem totalmente a visita, é uma zona mais “interior” da cidade, que requer mais precaução. Mas é extremamente rica, existe também uma mesquita e a Madrasa Ben Youssef, infelizmente à data da nossa visita esta área encontrava-se em obras, pelo que não podemos visitar nada além dos mercados. Nesta zona encontram mercados muito específicos, como por exemplo um souk apenas de tapetes, podem também encontrar aqui imensos tipos de especiarias.





Jardin 16 Novembre e Menara Mall – Estas são as zona menos típicas da cidade. Com avenidas largas e um aspeto extremamente moderno. Na zona envolvente ao Jardin 16 Novembre podemos encontrar várias lojas e restaurantes que encontramos na Europa, Pizza Hut, Buger King, McDonald’s, Zara, Stradivarius, entre outras. É uma zona muita agradável à noite onde várias acontecem alguns concertos e espetáculos improvisados. A zona envolvente ao Menara Mall é pura ostentação, é como se de repente estivéssemos no Dubai ou em Las Vegas, avenidas largas, edifícios gigantes cheios de cores e de painéis, uma fonte de água com luzes sincronizadas com a música que estamos a ouvir, grandes discotecas e restaurantes na envolvência. Enfim, áreas totalmente distintas do núcleo de Marrakech, mas que também deverão ser visitadas.





Onde ficar?
No nosso caso, optamos por ficar num hotel fora da zona central da cidade. Era uma zona essencialmente turística com vários restaurantes e hotéis. Optamos por passar as três noites no Le Grand Imilchil, um hotel de 3 estrelas, sem grandes luxos, mas com uma área exterior muito agradável com piscina e pequeno-almoço incluído. Os quartos tinham casa de banho privativa, varanda e um espaço agradável. O pequeno-almoço era bastante completo e os colaboradores atenciosos.
De qualquer modo, se pretenderem uma viagem mais autêntica, experimentem alojar-se num Riad no centro da cidade, têm preços muito competitivos.

Onde comer?
Em Marrakech vão poder comer um pouco de tudo, encontram com relativa facilidade restaurantes de comida italiana e grelhados, para além dos restaurantes típicos. Para nós existiram 2 restaurantes que se destacaram pela positiva, o primeiro onde estivemos 2 vezes, o Winno, um restaurante simples com opções que vão desde sandes, até às típicas tajines marroquinas, tinham também várias opções de carne e peixe. Foi sem dúvida o nosso restaurante preferido, a refeição com bebidas, entradas, 2 pratos e sobremesas rondavam os 170 Dirham (17€) para duas pessoas.
Outro restaurante que gostamos muito foi o Le Cantine des Gazelles, situado Rue Kennaria, também tem comida típica Marroquina, cuscuz, pizas, entre outros, a comida era muito saborosa e o ambiente e o ambiente era incrível, a refeição  com 2 pratos, entradas e bebidas ronda os 200 Dirham (20€).


Dicas:
·                     Visitem a cidade fora do pico de verão, no final de Fevereiro estavam aproximadamente 30º durante o dia, mas cuidado durante a noite as temperaturas podem facilmente descer até aos 8º, por isso levem protetor solar e roupa para o calor e para o frio;
·                     Viagem em grupo, existiram vários locais que não visitamos por receio, por isso se viajarem em grupos de 6 ou 7 pessoas, vão sentir-se mais seguros. Aconselho também a que não saiam muito das rotas turísticas, à medida que os turistas diminuem, aumenta o receio de uma possível abordagem;
·                     Para as mulheres, tentem usar roupa que não exponha demasiado o vosso corpo, seja peito, ombros ou pernas, vão ser assediadas inúmeras vezes, pelo que quanto menos chamarem a atenção melhor e se poderem evitar andar sozinhas na rua melhor;
·                     Estejam preparados para ver de tudo, na mesma rua poderão facilmente ver pessoas a viajarem num burro com um pequeno atrelado e vários carros de luxo ou limousines. Assim como poderão ver ao lado do restaurante mais luxuoso, alguém a vender carne ou peixe sem as mínimas condições;
·                     Reservem alguns dias para visitar a cidade, o deserto e as Cascatas de Ouzoud, uma semana seria o ideal, definitivamente 4 dias não são suficientes para explorar a envolvente da cidade;
·                     Passeiem a pé pelas ruas, há imensos edifícios, praças e feiras que não estão nos roteiros turísticos que valem a pena, por isso desfrutem ao máximo, além disso a cidade é extremamente plano, pelo que não vos vai custar nada locomoverem-se a pé;
·                     Provem as típicas Tajines, como cozinham lentamente, o resultado e tenro e saboroso e bebam chá, preferencialmente ao fim do dia ou á noite, é um experiência totalmente imperdível.

Espero que vos tenha sido útil

Até breve,
Ana Ferreira